Preço do barril do petróleo deve ir a US$ 100 em 2024

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Poder 360

O preço internacional do barril de petróleo deve alcançar US$ 100 em 2024. A previsão é do banco francês Société Générale. A estimativa da instituição financeira não é unânime entre os especialistas no mercado, mas a tendência de que o preço do petróleo avance próximo a esse valor é compartilhada também por analistas do banco britânico Standard Chartered, que estimam um preço de US$ 98 no período. A informação é do Wall Street Jounal.

Uma outra previsão compartilhada por analistas do mercado é de que o preço internacional do petróleo deve flutuar na casa dos US$ 80 durante o 2º semestre de 2023. O valor do barril iniciou o mês de julho sendo negociado a U$ 74,65 e fechou o mês a US$ 85,56, um aumento de 14,6%. O petróleo deve ficar nesta faixa de preço até o final do ano.

O resultado de julho é efeito da redução na produção acordada pelos países que integram a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em junho. O grupo decidiu diminuir a produção em 1,4 milhão de barris por dia até janeiro de 2024.

Além do valor acordado coletivamente, a Arábia Saudita, maior produtora de petróleo do mundo, também determinou um corte voluntário de 1 milhão de barris de petróleo por dia. Com isso a produção global que atualmente é de 40,46 milhões de barris por dia será reduzida para 38,81 milhões de barris por dia em 2024.

Ao mesmo tempo, indicadores econômicos apontam que a demanda por energia será superior ao previsto anteriormente em países europeus e nos EUA. Isso significa que as economias devem se aquecer enquanto os produtores de petróleo diminuem a produção e ganham vantagem na negociação do produto.

Efeitos na Petrobras

A escalada no preço do petróleo aumenta a pressão para a Petrobras aumentar o preço da gasolina e do óleo diesel, que atualmente estão defasados em 24% e 21%, respectivamente, em comparação aos preços internacionais.

O barril de petróleo é um dos principais indicadores dos preços dos combustíveis derivados da commodity. Hoje, a petroleira importa combustíveis a um preço mais elevado do que o comercializado no mercado interno brasileiro e o efeito a longo prazo dessa prática é a queima de caixa da companhia.

Além disso, os preços praticados pela estatal afastam importadores privados de combustíveis, o que aumenta a parcela que a Petrobras precisa importar para atender a demanda do mercado, já que o Brasil não é autossuficiente em sua produção de petróleo.

Segundo os dados mais recentes divulgados pela Petrobras, a estatal importou 52 milhões de litros de gasolina por dia no 2º trimestre de 2023. O montante representa aumento de 642,9% em comparação ao mesmo período de 2022, quando importou uma média de 7 milhões de litros do combustível.

A política de preços praticada pela estatal é alvo de críticas dos importadores privados. A Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) já manifestou que a estratégia não é transparente e provoca incertezas para os agentes privados que contribuem para retirar o peso das importações da Petrobras.

Até junho, as cotações do barril tipo brent estavam variando de US$ 70 a US$ 75, cenário que ajudou a Petrobras a se descolar do PPI (Preço de Paridade de Importação) e promover 2 cortes nos preços. O último reajuste foi em 1º de julho, reduzindo o valor do diesel nas refinarias em 12,8% e da gasolina, em 5,3%.

Nova política de preços

No novo modelo que vem sendo adotado, a Petrobras não deixa de considerar o mercado internacional, mas o faz com base em outras referências para cálculo, além de incorporar referências do mercado interno. É considerado:

  • custo alternativo do cliente;
  • valor marginal para a Petrobras.

O 1º é estabelecido a partir das alternativas que o consumidor tem no mercado, sendo observados os preços praticados por outros fornecedores que ofereçam os mesmos produtos ou similares.

Já o 2º considera as condições obtidas pela companhia para produção, importação e exportação.

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