Por G1
Os preços do petróleo seguem em disparada nesta quinta-feira (3), com a guerra na Ucrânia elevando os temores de desabastecimento e agravando os riscos de uma alta da inflação global.
Perto das 8h20, o barril do tipo Brent, referência global, subia 2,38%, cotado a US$ 115,62, enquanto que o WTI tinha alta de 2,84%, a US$ 113,874 o barril. Mais cedo, o Brent bateu US$ 119,84 e o WTI alcançou US$ 116,57, renovando máximas desde 2008.
Na quarta-feira, os preços dos contratos para maio do Brent terminaram o dia em alta de 7,58%, a US$ 112,93 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos para abril do WTI, a referência americana, subiram 6,95%, a US$ 110,60 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
“A Rússia fornece cerca de 30% das importações de gás e petróleo da Europa e responde por cerca de 11% da produção mundial de petróleo”, disse Shane Oliver, chefe de estratégia de investimento da gestora de fundos AMP. “Em suma, os investidores estão preocupados com um choque estagflacionário.”
Já os contratos de minério de ferro subiram 6,8% na China, a 797,50 iuanes (126,27 dólares) a tonelada, depois de bater alta de 9,7%, atingindo o maior nível desde 11 de fevereiro.
Bolsas sob pressão
As bolsas europeias operam em queda nesta quinta-feira, apesar da alta das ações ligadas a commodities.
Por volta das 8h15, a Bolsa de Frankfurt caía 0,90%; enquanto que a de Madri recuava 1,69% e a de Paris, 0,21%. Já a de Londres tinha baixa de 0,58%.
A Bolsa de Valores de Londres suspendeu nesta quinta-feira a cotação dos títulos financeiros de cerca de 20 empresas russas, após a imposição de sanções pela invasão russa da Ucrânia.
No Japão, a Bolsa de Tóquio encerrou a sessão em alta de 0,70%. Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,6%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,1%.
O mercado de ações da Rússia permanecerá fechado pelo quarto dia consecutivo hoje, informou o banco central do país, em meio à contínua turbulência financeira provocada pela invasão da Ucrânia.
Risco de calote da dívida russa
O rublo russo caiu para novos recordes de baixa em relação ao dólar e ao euro nesta quinta-feira (3), depois que as agências de classificação de risco Fitch e Moody’s rebaixaram a dívida soberana da Rússia para o status “especulativo” ou “lixo”.
Às 7h12 (horário de Brasília), o rublo caía 9% em relação ao dólar, a 116,8 , e tinha baixa de quase 8% em relação ao euro, cotado a 125,1 na Bolsa de Moscou. O rublo já perdeu cerca de um terço de seu valor em relação ao dólar desde o início do ano.
A Fitch e Moody´s rebaixaram a Rússia em seis níveis, afirmando que as sanções ocidentais colocam em dúvida a capacidade do país de pagar o serviço da dívida e enfraquecem a economia. A Fitch disse que o único outro precedente de um rebaixamento tão grande de uma única entidade soberana foi a Coreia do Sul, em 1997.
Com grande parte das reservas de US$ 640 bilhões de Moscou detidas no Ocidente e sanções atrapalhando o fluxo de capital entre fronteiras, investidores temem que a Rússia esteja se encaminhando para seu primeiro calote de dívida soberana em moeda forte.