O petróleo recuou pelo terceiro dia consecutivo e acelerou queda no fim do pregão, após a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) afirmar que muitos dirigentes seguem dispostos a elevar juros, caso se faça necessário.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para julho fechou em queda de 1,39% (US$ 1,09), a US$ 77,57 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho caiu 1,18% (US$ 0,98), a US$ 81,90 por barril.
Pela manhã, investidores já monitoravam sinais de resiliência inflacionária nos Estados Unidos, em meio às preocupações de que os juros elevados por mais tempo podem pesar no lado da oferta.
O movimento se acentuou após a divulgação da ata, que segundo o BMO Capital Markets, foi “decididamente agressivo”, com destaque para a nova frase de que dirigentes seguem dispostos a elevar juros.
Também nesta quarta-feira, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos registrou uma alta de 1,8 milhão de barris nos estoques de petróleo do país, enquanto era esperado um declínio de 2 milhões.
O analista do Commerzbank Carsten Fritsch diz que haverá um aumento de oferta de petróleo chinês no mercado, dado que o governo da China concedeu uma cota de exportação maior às refinarias, para reduzir o excesso de oferta interna da commodity. “Com isso, é provável que o excesso de oferta no mercado asiático se torne ainda maior”, avalia.
O analista do Saxo Bank Ole Hansen também pontua que o cenário mais provável dada a possível demanda enfraquecida seja de uma extensão dos atuais cortes de produção de 2,2 milhões de barris por dia na próxima reunião de junho da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).