Fonte: O Globo
Praias de nove estados da região Nordeste já foram atingidas pelo petróleo que começou a aparecer na costa no início de setembro. De acordo com o Ibama, já são quase 130 praias atingidas em todo o Nordeste em quase 60 municípios. Último estado livre das manchas de óleo, a Bahia foi afetada, segundo o projeto Tamar, que preserva as tartarugas marinhas. No extremo Norte do litoral baiano, há pelo menos três pontos de contaminação, sendo que dois ficam nas praias do Coqueiro e de Mangue Seco, nos municípios de Jandaíra e Conde. Até agora, a Marinha não soube informar ainda o tamanho da área atingida e de onde veio o material, mas informou que está coletando amostras do óleo para análise no Instituto do Meio Ambiente Paulo Moreira.
As manchas negras começaram a ser registradas em praias da Paraíba e de Pernambuco no início deste mês. João Pessoa, Recife e Olinda foram algumas das cidades atingidas. Posteriormente, o óleo se espalhou pelo litoral de Alagoas, Sergipe, Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte, onde, de acordo com o Ibama, a situação é a pior. Vídeos e fotos dos locais e animais atingidos pelo petróleo cru em diversos estados já povoam a internet. Em Aracaju, enormes manchas negras chamam a atenção de quem passa pela Praia da Coroa do Meio, que fica bem próxima ao Rio Sergipe. Além da águas, as pedras de contenção foram atingidas.
Nas redes sociais é possível ver moradores compartilhando vídeos e fotos dos bichos cobertos por óleo negro. A recomendação do Ibama é que, nestes casos, a população acione os órgãos ambientais competentes para que os animais sejam avaliados antes de devolvidos ao mar.
Em todos os estados, o óleo tem características de petróleo cru, aquele que não passou por nenhum processo de refinamento. Em nota, a Petrobras aformou que esse óleo não foi produzido e nem comercializado pela empresa. Barraqueiros, jipeiros, representantes de ONGs, turistas e moradores têm se mobilizado para limpar as praias. Em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte, a prefeitura divulgou em suas redes sociais instruções para a retirada e o encaminhamento do material. A campanha do município potiguar também informa que, caso ocorra contato, é preciso passar gelo ou óleo na área afetada.
Em comunicado, o Idema (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte) alertou para os riscos de contaminação trazidos pela substância. O órgão esclarece que o material é classificado como Classe D pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), categoria que inclui também resíduos perigosos como tintas, solventes e outros óleos.