Folha de S.Paulo
O preço do petróleo superou nesta quinta-feira (24) os US$ 100 pela primeira vez em mais de sete anos, depois que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou uma operação militar para “proteger a população do Donbass”, a região do leste do vizinho, na qual ele reconheceu áreas rebeldes pró-Rússia na segunda (21).
O barril do Brent alcançou os US$ 100,04 após o anúncio, que intensificou os temores de um conflito em larga escala no Leste Europeu. O petróleo WTI era cotado a US$ 95,54 o barril.
Não há sinal de uma invasão total até o momento, mas equipes de TV da rede CNN ouviram explosões à distância na capital ucraniana, Kiev, e na principal cidade próxima do Donbass, Kharkiv.
Tudo indica que os russos estão bombardeando posições na área do leste que estão dentro das antigas fronteiras de Donetsk e Lugansk, as províncias que têm hoje menos da metade de seu território dominado pelos aliados de Putin.
A ameaça de uma conflagração desatou os temores sobre o abastecimento de produtos básicos chave, como trigo e metais, em meio a uma demanda crescente com a reabertura das economias após os fechamentos provocados pela pandemia.
“As tensões russo-ucranianas provocam um possível choque de demanda [na Europa] e um choque maior no abastecimento para o restante do mundo, em vista da importância da Rússia e da Ucrânia para (o setor de) a energia”, declarou Tamas Strickland, do National Australia Bank.