Valor Econômico
Os preços do petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira depois da forte queda da semana passada, seguindo novos ataques americanos aos houthis no fim de semana, que, por fim, provocaram outros ataques de milícias patrocinadas pelo Irã a bases americanas no Oriente Médio na tarde de hoje. O acirramento das tensões na região pode interromper o transporte de petróleo e prejudicar a oferta.
Um ataque de drones à base americana anexa ao campo de petróleo de al-Omar, na Síria, deixou seis mortos entre os combatentes das Forças Democráticas da Síria, aliadas dos EUA.
No fechamento, o Brent – referência mundial – para abril subiu 0,85% a US$ 77,99. Já o WTI – referência americana – avançou 0,70% a US$ 72,78.
O petróleo fechou em alta mesmo com a alta do dólar, com os investidores mudando o foco de preocupações para o Oriente Médio. Por volta das 17h20, o índice DXY – que mede a relação do dólar com uma cesta de seis moedas – subia 0,53% a 104,47 pontos.
Em relatório, a Fitch Ratings alertou hoje que as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, as próximas eleições em muitos países e a crescente incerteza regulamentar sobre recursos naturais em algumas nações renovaram o foco nos riscos geopolíticos e políticos para os mercados de matérias-primas, entre eles o petróleo.
Segundo a agência, os riscos vão elevar os prêmios de risco mas o crescimento econômico hesitante, juntamente com uma oferta de petróleo significativa limitará a recuperação dos preços.
Na mesma linha, em entrevista a CNBC, o chefe de pesquisa de commodities do Citi, Max Layton, disse que os eventos geopolíticos no Oriente Médio e Mar Vermelho podem temporariamente fazer com que os preços subam mas a partir do segundo trimestre um cenário de maior oferta deve pressionar as cotações novamente.
“Embora os acontecimentos no Mar Vermelho estejam impactando alguns mercados físicos, no geral, o abastecimento de petróleo permanece inalterado. Além disso, o mercado petrolífero está amplamente equilibrado no primeiro trimestre e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo dispõe de uma grande capacidade ociosa, deixando o mercado bastante confortável.
No entanto, esta situação poderá mudar rapidamente se as tensões se espalharem para outras partes do Médio Oriente”, escreveu em nota o economista Warren Patterson, do banco suíço ING.