Petróleo fecha em queda com receio por recessão pesando sobre contratos

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Valor Econômico

Os preços do petróleo terminaram a sessão desta quinta-feira em queda, revertendo o movimento de ganhos de ontem e da manhã de hoje. O que tem pesado nas negociações é o temor de que a economia global desacelere e até chegue em um cenário de recessão. O mau humor apagou até mesmo os ganhos que vieram com a divulgação de relatos de que membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estariam discutindo um corte na produção de petróleo na próxima reunião, marcada para semana que vem. O dólar mais fraco no exterior não foi suficiente para ajudar a commodity hoje.

No fim das negociações, os preços dos contratos para dezembro do Brent, a referência global, fecharam em queda de 1%, a US$ 87,18 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos para novembro do WTI, a referência americana, recuaram 1,12%, a US$ 81,23 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). Já o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, operava perto das 15h50 em queda de 0,31%, a 112,261 pontos.

“A dinâmica geral do petróleo permanece praticamente inalterada”, disse Robbie Fraser, gerente global de pesquisa e análise da Schneider Electric, à “Dow Jones Newswires”. “Os temores de recessão continuam a pesar nas perspectivas de demanda no futuro, que foram reforçadas pela aceleração dos aumentos agressivos das taxas [de juros] pelo Federal Reserve dos EUA e outros bancos centrais”.

Na sessão de hoje, a revisão da classificação das ações da Apple pelo Bank of America também ajudaram a azedar o humor do investidor diante da perspectiva econômica. Segundo avaliação do Bank of America, a Apple pode ver suas estimativas de lucros revisadas para baixo no próximo ano, à medida que a demanda do consumidor global diminui. Há risco elevado para a demanda do consumidor na Europa, o que pode pressionar, ainda de acordo com analistas do banco americano.

O medo pela recessão ofuscou até mesmo as Informações divulgadas pela Reuters que apontaram que membros da Opep estariam iniciando discussões sobre o corte da produção de petróleo, uma vez que a economia global apresenta sinais de que pode entrar em recessão.

O banco suíço UBS sugeriu há alguns dias que apenas um corte de produção pela Opep poderia quebrar o impulso negativo do petróleo. Como lembrou a corretora de petróleo PVM, em nota, logo depois de tal afirmação do UBS surgiram relatos de que a Rússia provavelmente proporá à Opep reduzir a produção de petróleo em cerca de 1 milhão de barris por dia em sua próxima reunião em outubro.

“Uma redução tão grande é improvável, embora um corte de cerca de 500 mil barris por dia possa estar nos planos, já que o cartel busca reviver a pressão de alta sobre os preços do petróleo. A inação do grupo de produtores na próxima semana é impensável, pois abriria as comportas para mais vendas”, disse o UBS.

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