Valor Econômico
O petróleo fechou em queda na sessão desta quinta-feira (29), a última de fevereiro. O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em linha com as expectativas do mercado não foi suficiente para tirar o ímpeto do dólar, cuja alta ante moedas rivais pressionou a commodity energética. Ainda assim, o saldo mensal foi positivo, com os contratos mais líquidos do petróleo subindo até 2%.
O petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para junho recuou 0,52%, hoje, e subiu 0,58% em fevereiro, a US$ 76,81 por barril. Já o Brent, a referência global, para maio teve queda diária de 0,29% e alta mensal de 2,04%, a US$ 81,91 por barril.
O prêmio de risco por conta do conflito no Oriente Médio e a possível extensão de sanções ao petróleo da Rússia seguiram apoiando os preços do petróleo nas últimas semanas. Além disso, rumores de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) continuarão com seus cortes de produção, possivelmente até o fim do ano, deram mais impulso aos contratos.
Agora, o mercado aguarda por sinalizações mais claras sobre a demanda e a oferta para este ano. O time de profissionais do Berenberg comandado pelo estrategistachefe do banco alemão, Bernd Meyer, avalia que a economia robusta dos Estados Unidos e surpresas positivas da Europa sugerem um cenário melhor para a demanda, mas a oferta global segue suficiente e pode até tornar-se excessiva caso a Opep+ não estenda ao menos parcialmente os seus cortes de produção.
“Em suma, os fundamentos não indicam uma tendência clara, o que significa que o preço do petróleo provavelmente permanecerá entre US$ 70 e US$ 90 por barril nos próximos meses”, dizem os economistas. Entretanto, uma piora das tensões geopolíticas atuais, sinais positivos da economia da China ou um aumento das posições muito tímidas dos investidores “oferecem um potencial para surpresas positivas”, concluem.