Estadão
O petróleo fechou com perdas de mais de 3%, em meio a preocupações sobre a oferta da commodity, mesmo após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciar extensão dos cortes na produção do óleo. Pesaram também as perspectivas de redução nas tensões geopolíticas. Com isso, os contratos atingiram mínimas desde fevereiro.
O WTI para julho fechou em baixa de 3,60% (US$ 2,77), em US$ 74,22 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto recuou 3,39% (US$ 2,75), a US$ 78,36 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A extensão nos cortes de produção da Opep+, anunciada ontem, não foram suficientes para sustentar alta do petróleo nesta segunda-feira. A commodity começou o pregão em alta modesta, mas logo inverteu sinal e firmou queda. Na visão da Capital Economics, os cortes até setembro devem apertar a oferta no terceiro trimestre, mas os ajustes nas restrições devem provocar baixa dos preços ao longo de 2025.
Para o Julius Baer, a cadeia de oferta do petróleo permanecerá ampla e “o clima do mercado deve continuar a esfriar”, com os preços baixando para o nível de US$ 70 no final de 2024.
Economista-chefe de Mercados da Spartan Capital, Peter Cardillo aponta que a perspectiva de redução nas tensões geopolíticas também pesou sobre os preços, depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, apoiou uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza. O acordo está sendo considerado por autoridades de Israel e do Hamas, mas ainda não foi firmado.
Estiveram também no radar leituras divergentes de PMIs industriais da China, Europa e EUA. Em relatório, a Capital Economics analisa que as leituras indicam, de modo geral, recuperação global do setor industrial.
Ainda, investidores de energia acompanharam salto nos preços do gás natural Dutch TTF, referência na Europa e negociado na ICE, na esteira de notícias sobre interrupção das operações em uma usina da Noruega.