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Brasil 247

Os petroleiros da Petrobras iniciaram uma greve de 24 horas à meia-noite desta quarta-feira (26) e acusaram a empresa de esvaziar “fóruns de negociação coletiva”. Em manifesto conjunto, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) afirmaram que, entre as reivindicações, está a garantia dos valores integrais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Conforme o documento, a categoria rejeita o possível corte de 31% na PLR, “enquanto os acionistas recebem 207% do lucro líquido”.

“A categoria petroleira decidiu, em assembleias realizadas nas unidades operacionais e administrativas da Petrobrás, pela convocação de uma greve de advertência de 24 horas, marcada para esta quarta-feira, 26 de março. O movimento é um protesto contra a postura da atual gestão da empresa”, afirmaram as duas entidades, que acusaram a Petrobras de não cumprir o “princípio negocial”.

Os participantes da mobilização pediram a defesa da Remuneração Variável (pagamento adicional ao salário base que varia de acordo com o desempenho do funcionário da empresa) e da adesão ao teletrabalho. A categoria quer a suspensão do cronograma de retorno ao trabalho presencial negociado individualmente e a abertura de “negociações coletivas sobre as novas regras que contemplem os impactos sobre os trabalhadores”.

Em 19 de março, o Sindipetro-RJ (Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro) divulgou um vídeo em que uma funcionária da Petrobras identificada como Luciana Frontin expressava preocupação com a exigência de retorno ao trabalho presencial. Ela afirmou que a mudança vinha causando “estresse” e “sintomas físicos” que ela nunca havia sentido antes em 17 anos na estatal.

Em outra parte do manifesto, os petroleiros defendem uma solução para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) do Plano Petros e de previdência, além da criação de um plano único e integrado de cargos, carreira e salário, “que garanta progressões justas na carreira”. A nota menciona também a reposição do efetivo de pessoal, com a convocação de concursados e a abertura de novos concursos, “considerando a drástica redução no número de trabalhadores após a Lava-Jato”.

A categoria petroleira reivindica melhores condições de trabalho, com o fim da escala 6×1, e segurança para os prestadores de serviços. Os trabalhadores ressaltam que, em 2024, foram registrados 731 acidentes de trabalho no setor de óleo e gás, com 78 feridos graves e 6 mortos.

Posição da Petrobras

A Petrobras afirmou ao Portal Terra que a estatal “respeita o direito de manifestação dos empregados” e que tem “mantido diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os ajustes ao modelo híbrido de trabalho, que aumentará de dois para três dias na semana o período de trabalho presencial”.

A companhia afirmou também que já vem repondo seu efetivo de trabalhadores, tendo convocado mais de 1.900 novos empregados em 2024. A estatal informou ter anunciado publicamente a contratação de 1.780 novos empregados ao longo de 2025, provenientes de concurso público de nível técnico.

“Por fim, convém destacar que a Petrobras possui um programa de remuneração variável que contempla, entre outros itens, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A Petrobras negociou com as entidades sindicais um acordo de PLR para o período 2024/2025, que será cumprido integralmente pela companhia”, acrescentou a empresa.

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