Fonte: Valor Online
A Petrobras reviu para baixo sua meta de produção de petróleo em 2019. É a primeira vez que a companhia ajusta para baixo sua meta, após quatro anos consecutivos de cumprimento da meta traçada inicialmente.
Principal indicador operacional da companhia, a meta de produção passou para 2,1 milhões de barris diários de óleo, com variação de 2,5% para mais ou para menos, ante a projeção anterior de 2,3 milhões de barris diários. A nova projeção é 8,7% inferior ao previsto inicialmente.
Com isso, a companhia também reviu para baixo a meta de produção total de óleo e gás para este ano, passando de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente (BOE) diários, para 2,7 milhões de BOE diários, com variação de 2,5% para mais ou para menos.
Os novos indicadores estão em linha com a produção alcançada no ano passado, sinalizando agora uma estabilidade. A previsão da estatal, contudo, era retomar o crescimento da produção este ano.
No comunicado divulgado ao mercado nesta sexta-feira, em que anunciou os resultados da produção no segundo trimestre, a petroleira informou que os dados operacionais de abril a junho foram inferiores ao previsto devido às dificuldades enfrentadas no mês de junho com a estabilização das plantas de gás dos novos sistemas de produção de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, devido a sua maior complexidade.
Em consequência disso, acrescentou a companhia, o tempo de comissionamento das plantas de gás tem sido superior ao que foi alcançado nas plataformas instaladas no campo de Lula. "Esses fatores causaram a postergação da entrada de novos poços produtores, resultando em uma produção de Búzios de 180 mil BOE diários abaixo do previsto no mês de junho”.
A estatal destacou ainda ter havido a parada não programada de 14 dias no FPSO Cidade de Mangaratiba, no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, para a correção no sistema de desidratação de gás, que impactou em 60 mil barris de óleo equivalente diários a produção de junho.
No comunicado, a Petrobras explicou que a meta revisada é suportada pela resolução dos problemas ocorridos em junho, que já resultaram em melhora operacional em julho, "com a produção média retornando ao patamar de 2,7 milhões de BOE diários, e pelo replanejamento da eficiência operacional e do cronograma de entrada de novos poços em Búzios”.
A produção de petróleo da Petrobras no segundo trimestre foi de 2,052 milhões de barris diários, com queda de 0,5% ante igual período do ano passado e alta de 4,1% na comparação com os primeiros três meses do ano. No acumulado do ano até junho, a produção caiu 3% em relação a igual período do ano passado.
Considerando a produção total de óleo e gás, o resultado da companhia no segundo trimestre foi de 2,633 milhões de BOE diários, com queda de 1% ante igual período de 2018 e alta de 3,8% na comparação com o período de janeiro a março deste ano. No acumulado dos primeiros seis meses de 2019, a produção total da empresa recuou 3,1% em relação a igual período do calendário anterior.
Com relação ao segundo trimestre de 2018, a queda da produção foi menor devido à venda do campo de Roncador, na Bacia de Campos, e dos ativos da Petrobras America, às paradas para manutenção de plataformas e ao declínio da produção dos campos do pós-sal.