Fonte: Reuters
A diretoria da Petrobras espera apresentar em julho ao conselho de administração da companhia proposta de estudos para a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da BR Distribuidora, disse nesta quinta-feira o presidente da estatal, Pedro Parente, acrescentando que essa seria, na avaliação dele, a melhor forma de proporcionar mais valor à companhia.
“Já vimos um grande número de IPOs neste ano e achamos que temos condições de mercado que são extremamente favoráveis, com múltiplos que são atraentes, para que a empresa considere esta medida”, disse Parente a jornalistas, após anunciar a proposta durante evento com investidores.
Anteriormente, a Petrobras pretendia vender o controle da BR Distribuidora a investidores estratégicos, mas o processo foi suspenso por decisão judicial.
A BR Distribuidora é considerada um dos ativos de maior valor no programa de desinvestimentos da estatal, que projeta arrecadar 21 bilhões de dólares no biênio 2017/18.
Há cerca de dois anos, o UBS avaliou a unidade de combustíveis da empresa em cerca de 10 bilhões de dólares.
Parente disse que ainda não há definição sobre os percentuais da BR que Petrobras poderia incluir no IPO ou se poderia abrir mão de controle. Ele disse que essas questões devem ser discutidas pelo conselho, assim como o montante que poderia ser levantado com a eventual operação.
“(O IPO) tem muito mais a ver com que alternativa poderia proporcionar mais valor para a empresa. E, neste momento, dadas as condições de mercado, esta deve ser a alternativa que deve ser aprofundada.”
Caso aprovada pelo conselho, a operação deverá ser conduzida por meio de oferta pública secundária de ações, afirmou a Petrobras mais tarde, em comunicado, acrescentando que a oferta dependerá das condições do mercado.
IMPASSE
Questionado se uma resolução sobre a dívida da Eletrobras com a Petrobras deveria ser equacionada antes de o IPO da BR seguir adiante, ele afirmou que é prematuro falar sobre tais questões, mas que certamente elas têm que ser encaminhadas.
Ele ressaltou que a BR hoje só vende combustíveis para a unidade da Eletrobras no Amazonas com pagamento antecipado. “(Então) sob o ponto de vista da BR, (a dívida) não aumenta de tamanho, claro tem o saldo devedor para encaminhar a discussão.”
A dívida bilionária da Eletrobras com a Petrobras ocorre em função do não pagamento pelo combustível fornecido para usinas térmicas. A Petrobras teve no primeiro trimestre 9,8 bilhões de reais em contas a receber junto a empresas do Grupo Eletrobras, dos quais 8,2 bilhões referentes à Eletrobras Amazonas.