(Reuters) – A Petrobras informou que sua Diretoria Executiva aprovou nesta sexta-feira o início dos processos de contratação de três novas plataformas do tipo FPSO para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, sendo que uma delas será a unidade com maior capacidade de produção do país e uma das maiores do mundo.
As três novas plataformas fazem parte do Plano de Desenvolvimento do mega campo de petróleo, que prevê um total de doze unidades instaladas até o final da década.
“Ao término da fase de desenvolvimento, é esperado que o campo de Búzios produza mais de 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), tornando-se o maior ativo de produção da Petrobras”, disse a empresa.
Atualmente, há quatro unidades em operação em Búzios, que respondem por mais de 20% da produção total da Petrobras —a extração de petróleo da empresa no Brasil somou 2,245 milhões de barris ao dia no segundo trimestre.
As três novas unidades serão as primeiras contratadas após a aquisição dos volumes excedentes da cessão onerosa do campo de Búzios, em novembro de 2019, em parceria com as companhias chinesas CNOOC Petroleum e CNODC —no leilão, a Petrobras pagou 61,4 bilhões de reais em bônus de assinatura.
A primeira das três novas unidades, cujo início da contratação foi aprovado, será o FPSO Almirante Tamandaré com entrada em produção prevista para o segundo semestre de 2024.
Segundo a estatal, esse FPSO será afretado com capacidade de processamento diário de 225 mil barris de óleo e 12 milhões de m3 de gás, e será a maior unidade de produção de petróleo a operar no Brasil.
A informação confirma reportagem da Reuters publicada no início do mês sobre a contratação da unidade.
Plataformas deste tipo e tamanho —em formato de navio, que armazena e descarrega petróleo, muito usada para campos em águas profundas— podem custar entre 2,5 bilhões e 3 bilhões de dólares para serem construídas.
Em geral, a empresa vencedora de licitações constrói a plataforma e fecha contrato de arrendamento com a Petrobras por 15 a 20 anos, e as taxas podem chegar a até 1 milhão de dólares por dia.
Segundo a Petrobras, Búzios possui os seis poços com maior produção de petróleo do país, e a “alta produtividade do campo justifica a instalação de FPSOs de maior porte”.
Cerca de dez empresas foram pré-qualificadas pela Petrobras para competir no processo pela plataforma gigante, disse uma fonte com conhecimento do assunto à Reuters, incluindo os maiores arrendadores de FPSOs do mundo, como a japonesa Modec e a holandesa SBM Offshore NV.
Em fato relevante nesta sexta-feira, a Petrobras disse ainda que as outras duas unidades, P-78 e P-79, serão contratadas na modalidade Engineering, Procurement and Construction (EPC) e terão capacidade para processar diariamente 180 mil barris de óleo e 7,2 milhões de m3 de gás, cada uma. A previsão é de que elas entrem em operação em 2025.
A empresa afirmou que contratará também equipamentos conhecidos como árvores de natal molhadas (ANMs), sondas, serviços de poços e sistema de coleta.
“A expectativa é de que as contratações dos FPSOs e das ANMs sejam concluídas em 2021, e as demais se iniciem nos próximos 18 meses.”
QUINTA UNIDADE
A Petrobras afirmou ainda que uma quinta plataforma a operar em Búzios, o FPSO Almirante Barroso, está em construção e tem início de produção previsto para o segundo semestre de 2022.
O foco em Búzios mostra o apetite da Petrobras de avançar em seus campos mais produtivos, apesar de a recente contração dos preços do petróleo ter feito a estatal revisar para baixo planos de investimento.
A Petrobras informou ao final do ano passado, antes da pandemia de coronavírus, investimentos de cerca de 17,9 bilhões de dólares em Búzios no período de 2020 a 2024, quase um quarto do montante total previsto no plano.
Segundo a Petrobras, Búzios, o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo, é um ativo de classe mundial, com petróleo de ótima qualidade, reservas substanciais, baixo risco e baixo custo de extração.
Os mais de 45 poços perfurados até o momento confirmam a excelente qualidade do reservatório.
As características de permeabilidade e porosidade do reservatório, associadas a grandes espessuras de coluna de óleo, permitem que cada poço de Búzios produza, em média, mais de 50 mil barris de óleo por dia, afirmou a empresa.