Fonte: Exame.Com
A Petrobras vai elevar os preços da gasolina em 1,8 por cento nas refinarias a partir de terça-feira (28), informou a estatal na segunda-feira (27) em comunicado no seu site.
Paralelamente, a petroleira irá reduzir as cotações do diesel em 0,2 por cento.
Os reajustes fazem parte da nova sistemática de formação de preços da empresa, em vigor desde julho e que prevê alterações quase que diários para os valores.
Petrobras tem interesse em encontrar parceiros para refinarias, diz Parente
Fonte: Portal G1
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse na segunda-feira (27) que a Petrobras tem interesse em encontrar parceiros na área de refino, assim como já faz na área de exploração de petróleo.
Ele disse que a definição de um modelo de parceria para o setor é complexo, já que a estatal detém 99% desse mercado no país. Ainda não há “nada definido” sobre o tema, ressaltou Parente durante evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
A Petrobras está se desfazendo de suas refinarias. A empresa cancelou projetos de novas unidades na região Nordeste e colocou outras à venda, entre elas de Pasadena, nos Estados Unidos. O negócio faz parte do plano de desinvestimentos da empresa, que prevê se desfazer de US$ 21 bilhões em ativos entre 2017 e 2018.
Segundo ele, a petroleira vai trabalhar para que o modelo de venda dos ativos de refino seja discutido “o mais cedo possível”, mas uma definição não deve acontecer ainda em 2017.
“Não creio que dá tempo de sair este ano o modelo. Definido o modelo, [ele] ainda vai ter que percorrer todas as etapas da nossa sistemática de desinvestimento.”
De acordo com o executivo, o plano de parcerias e desinvestimentos deve ganhar força agora que foi concretizada a primeira transação do ano: a venda para a Eneva da participação no campo de Azulão, que fica no Amazonas, na semana passada.
Combustível mais caro
Parente disse durante a palestra que gostaria que o preço do barril de petróleo se mantivesse no atual patamar de cerca de US$ 60 ou acima dele, mesmo sabendo que isso não é o que o consumidor quer.
“Nós temos observado esse preço acima dos US$ 60, e é claro que, como presidente da Petrobras, gostaria que ficasse por aí, ou um pouco mais. Sei que este não é um ponto de vista que é compartilhado com os consumidores de combustíveis, mas claro que nós temos nossa responsabilidade”, disse, ressaltando que a companhia não é formadora, mas tomadora de preços da commodity.
Parente lembrou que a queda do preço do petróleo a partir de 2014 prejudicou as receitas das empresas do setor e provocou “a tempestade perfeita” em um momento em que a estatal precisa reduzir sua dívida e se recuperar do estrago causado pelos escândalos de corrupção.
O executivo destacou a nova política de preços da Petrobras, que contempla reajustes até mesmo diários, acompanhando o mercado internacional, e disse que a a medida é importante para que a empresa consiga competir em um cenário em que 20% da gasolina e do diesel consumidos no país já são importados.
“Como qualquer empresa, a Petrobras agora tem que operar com um olho no market share e outro olho na margem”, disse. “Não podemos praticar preços abaixo da paridade internacional”, completou.
Pré-sal
Parente lembrou que a produção do pré-sal em Libra teve início neste fim de semana e que o custo de produção no campo está em US$ 35/barril, o que coloca a Petrobras em um bom patamar de competitividade.
“Sobreviverão aqueles que produzirem a menor custo”, lembrou.
O pré-sal já responde pela maior parte da produção da petroleira.
Energias alternativas
Questionando sobre como a Petrobras irá se preparar para uma eventual mudança do mercado, já que a sociedade caminha para um uso cada vez menor de combustíveis fósseis, Parente afirmou que a empresa estuda alternativas, mas que não conhece ainda nenhuma companhia do setor no mundo que saiba como irá substituir seus negócios de óleo e gás no futuro.
Nesse sentido, ele disse que a Petrobras está investindo em novas tecnologias e combustíveis e que se associou inicialmente como observadora a um grupo de empresas do segmento que buscam iniciativas para a economia de baixo carbono.
Também disse que a estatal está discutindo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) a possibilidade de autorização para que ela aloque parte dos recursos que atualmente é obrigada a investir em tecnologia em um fundo de investimentos para aportar em startups.
“Achamos que uma maneira interessante e bastante apropriada em relação a esse tema novo seria investir nessas pequenas empresas, nessas chamadas fintechs, empresas que têm capacidade de inovação”, disse.
“Isso é importantíssimo para uma empresa como a nossa. Para uma empresa que se acostumou a pensar em óleo e gás a vida inteira, a inovação em outras áreas é um negócio que, enfim, a empresa precisa aprender”, emendou.
Segundo ele, os investimentos também poderiam ser feitos por meio de joint ventures. “Sabemos que temos que enfrentar esse mundo novo, é de fato uma mudança na sociedade [a redução do uso do petróleo.”
Sobre o IPO da BR Distribuidora, Parente disse que não pode comentar “absolutamente nada” devido às regras de silêncio impostas pela CVM (Comissão de valores mobiliários).