Petrobras e Vale terão parceria para fornecimento de bunker e diesel com teor renovável

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A Petrobras terá um acordo com a Vale para o fornecimento de combustíveis com teor renovável, segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard.
A parceria envolve o fornecimento de diesel coprocessado (diesel R), que tem uma parcela de 5% de conteúdo renovável. Há previsão ainda de entrega do bunker (combustível marítimo) com menos emissões, com adição de 24% de conteúdo renovável.
“A gente tem o nosso chuchuzinho [o diesel R], vamos dizer assim, para caminhão, para ferrovia. Vocês imaginam a frota da Petrobras e a frota da Vale em termos de barcos, na navegação, com combustível 24% renovável”, disse a jornalistas na manhã de segunda-feira (14/10).
Em 2023, a Vale e a Petrobras assinaram um protocolo de emissões para o desenvolvimento de soluções de baixo carbono.
Segundo a executiva, o propósito da parceria é ajudar a descarbonizar as indústrias do petróleo e da mineração. Os detalhes do acordo ainda serão anunciados.
“É um esforço das duas maiores empresas do Brasil em prol da descarbonização. Então, nós vamos ajudar a Vale a descarbonizar a sua mineração. Nós vamos fazer uma parceria para as duas empresas se ajudarem”, acrescentou.
Nesse contexto, Chambriard comentou ainda a decisão da Câmara dos Deputados de não incluir o coprocessado entre as opções consideradas elegíveis para o mandato de diesel verde ao longo da tramitação do projeto de lei do Combustível do Futuro.
O projeto foi sancionado pelo presidente Lula este mês, sem o mandato para o produto da Petrobras.
“Eu acho que eles ficaram com medo de nós. Eu não posso negar que a Petrobras é um senhor concorrente, mas nesse caso a gente não quer ser concorrente do agro não, nós vamos ser parceiros do agro”, disse a executiva.
Planejamento vai ter “moléculas e elétrons”
Segundo Chambriard, o novo plano de negócios da Petrobras para o período de 2025 a 2029 vai incluir “moléculas e elétrons”.
Ela confirmou que a empresa vai buscar ampliar participação em fontes renováveis, mas com uma maior atenção para o mercado de combustíveis.
“O Brasil é o país, talvez, o sexto ou o sétimo maior mercado consumidor de derivados do mundo. A gente não pode fechar os olhos para isso e para as potencialidades que a transição energética nos trará em termos de derivados”, disse.
O planejamento está em elaboração, com previsão de divulgação em novembro. Será o primeiro plano de negócios anunciado depois que a executiva assumiu o cargo, em maio deste ano.
Net zero em 2035
A CEO afirmou ainda que a Petrobras tem a ambição de zerar emissões até 2035, mas não detalhou como isso vai ocorrer.
Ela disse que o compromisso da companhia é atingir o “net zero” em 2050, conforme a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil, mas que acredita que a companhia pode antecipar a meta.
“A gente acha que esse net zero, da Petrobras, vai acontecer bastante antes de 2050. Eu não quero prometer quando, mas só falando assim, dando licença para a intuição feminina, eu digo o seguinte: 2035 não é impossível. Mas não é uma promessa, a promessa é o comprometimento é para 2050. É só uma intuição feminina e uma vontade muito grande de fazer”, disse.

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