Petrobras convoca assembleia para 12 de abril para eleger conselheiros

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Folha de S.Paulo

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (11) a convocação de uma assembleia geral de acionistas para debater, dentre outros assuntos, a aprovação do nome de Joaquim Silva e Luna e outros indicados pelo governo para o conselho de administração.
A assembleia, prevista para 12 de abril, foi convocada em meio ao processo de troca do presidente da companhia, Roberto Castello Branco, cujo mandato se encerra em 20 de março. A diretoria atual decidiu permanecer no cargo ao menos até a posse do novo presidente.
Os executivos chegaram a ameaçar renúncia coletiva após críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à gestão Castello Branco mas agora afirmam que contribuirão para uma transição mais tranquila no comando da empresa.
O presidente-executivo da estatal integra o conselho e é eleito pelos seus pares. Portanto, Silva e Luna só pode assumir a presidência depois de ser nomeado ao conselho pela assembleia de acionistas. Como o governo tem a maioria dos votos, não há chances de derrota em sua indicação para o colegiado.
A Petrobras informou ainda que recebeu ofício do Ministério de Minas e Energia com mais duas indicações de para ocupar cadeiras de representantes da União no conselho da estatal.
As indicadas são Cynthia Santana Silveira, engenheira elétrica com trajetória profissional desenvolvida na indústria de óleo e gás, tendo atuado na francesa Total por 17 anos.
A outra indicada, Ana Silvia Corso Matte, é advogada e teve atuação em empresas como CSN, Sendas e Telsul, além da Light. Atualmente é membro especialista externo do Comitê de Pessoas e Governança da Vale e especialista externo do Comitê de Indicação e Avaliação da Copel.
Essas duas indicações, juntamente com as seis indicações divulgadas ao mercado em 8 de março de 2021, completam as indicações pela União de membros ao conselho.
Além das indicações divulgadas nesta quinta-feira, serão avaliados os nomes dos candidatos Eduardo Bacellar Leal Ferreira (para presidência do conselho), Joaquim Silva e Luna, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza, Ruy Flaks Schneider e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos.
Desses, somente dois nomes integram o conselho atual (Bacellar Leal e Flaks Schneider), uma vez que boa parte dos conselheiros manifestou sua intenção de deixar o colegiado, juntamente com a substituição de Castello Branco, após o presidente Jair Bolsonaro indicar um novo presidente-executivo por descontentamento sobre a política de preços da estatal.
Além disso, a empresa disse que o executivo Leonardo Pietro Antonelli concorrerá ao cargo de membro do conselho pelos minoritários.
As discussões sobre o comando da petroleira esquentaram quando, em 19 de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) interveio na Petrobras e indicou o general Silva e Luna como novo presidente da estatal.
A decisão representa uma derrota para o ministro Paulo Guedes (Economia), que defendia a permanência do atual executivo no cargo e era contra intervenções na companhia. Prevaleceu o interesse da ala militar do governo.
Luna é ex-ministro da Defesa e atualmente é diretor-geral da Itaipu Binacional. A indicação do militar aconteceu em meio às críticas de Bolsonaro à política de preços da Petrobras e das queixas de caminhoneiros pela alta dos combustíveis.
Na época, a Petrobras chegou a perder R$ 102,5 bilhões em valor de mercado.

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