Petrobras continuará com foco em ativos nos quais tem vantagem competitiva, diz presidente

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José Mauro Ferreira Coelho afirmou que empresa segue comprometida com as estratégias delineadas no plano estratégico e garantiu que a estatal continuará os desinvestimentos em refino e da infraestrutura de gás natural

O presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, afirmou nesta sexta-feira (06), em teleconferência com analistas sobre o resultado do primeiro trimestre, que a empresa segue comprometida com as estratégias delineadas no plano estratégico da companhia. Nesse sentido, ressaltou que a petroleira se manterá focada em ativos nos quais tem vantagem competitiva.

“O meu discurso de posse está muito alinhado a todas as diretrizes do nosso planejamento estratégico”, disse Coelho, ressaltando a ênfase no desenvolvimento de projetos no pré-sal, “reservas sem igual” que são o “carro-chefe” da empresa.

Coelho garantiu que a estatal continuará os desinvestimentos em refino e da infraestrutura de gás natural. Ele afirmou, no entanto, que isso não significa que a empresa está saindo desses segmentos, mas apenas fazendo um ajuste de portfólio.

“O ajuste é algo natural para uma empresa do porte da Petrobras”, disse Coelho.

De acordo com ele, esse ajuste contribuirá para um ambiente econômico e empresarial mais competitivo, mais aberto, mais dinâmico e mais eficiente no país. O executivo acrescentou que a expectativa é de um investimento de cerca de US$ 7 bilhões nos próximos cinco anos nos segmentos de refino e gás natural.

Coelho destacou ainda que a empresa não deve se desviar das práticas de preços de mercado, reiterando afirmação feita nesta quinta-feira (6) em mensagem na divulgação dos resultados.

Segundo o executivo, que participa na sede da empresa de teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre, a empresa possui compromisso com a transição energética.

A estatal apresentou lucro de R$ 44,56 bilhões no primeiro trimestre, 3.718% acima do verificado nos três primeiros meses de 2021.

Para Coelho, os resultados da companhia refletem não apenas a elevação do preço do barril do petróleo, mas também a gestão responsável da empresa nos últimos anos. Ele lembrou que a estatal é uma das empresas que mais recolhe tributos e participações governamentais para as diferentes esferas de governo, com mais de R$ 70 bilhões arrecadados entre janeiro e março.

“Continuaremos trabalhando cada vez com maior afinco para produzir resultados ainda melhores e ainda mais robustos”, disse Coelho.

Já o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Rodrigo Araujo Alves, disse, durante a teleconferência, que o trabalho de gestão realizado na companhia contribuiu para um portfólio cada vez mais competitivo em emissões no refino.

A empresa possui meta total de reduzir em 25% as emissões de gás carbônico em cinco anos, a partir de 2025. Segundo o executivo, a empresa está dentro das metas de redução de emissões para o atual momento.

Alves destacou ainda que a empresa hoje enxerga um cenário mais favorável do que se vislumbrava quando foi definido o plano estratégico da companhia.

O executivo seguiu a linha de Coelho e também ressaltou que o resultado da empresa vai além de simplesmente acompanhar o ambiente externo. Mais cedo, Coelho dissera que os números da companhia refletem também o saneamento feito na estatal nos últimos anos.

Alves lembrou que hoje a companhia está num nível de pagamento de juros bastante inferior ao que a gente já teve no passado. Segundo ele, a última vez que o barril esteve acima de US$ 100, a dívida a ser paga pela empresa nos cinco anos seguintes era de US$ 58 bilhões. Agora, também com o barril acima dos US$ 100, a dívida a ser paga em até cinco anos é de US$ 17 bilhões.

O diretor financeiro e de relações com investidores disse ainda que quase 60% da geração de caixa operacional da companhia retorna para a sociedade. Segundo Alves, a companhia quer entregar projetos em prazos cada vez menores.

“Estamos num momento bastante forte de geração de caixa”, salientou. Na visão dele, a alavancagem da companhia permite mais competitividade mesmo em um cenário mais desafiador de preços de petróleo.

Recuperação

Coelho afirmou que a companhia passou nos últimos anos por uma histórica recuperação financeira, de imagem, de reputação e de governança. Ele afirmou que essa recuperação não encontra paralelo no universo corporativo.

Coelho, que se encontra na sede da empresa, no Rio de Janeiro, disse ainda que o caminho da governança e conformidade deve “proporcionar um futuro ainda melhor” para a Petrobras.

Diesel

Alves afirmou que a companhia enxerga uma transição mais rápida no consumo do diesel S-500 para o S-10 do que era previsto inicialmente.

Segundo o executivo, o fator de utilização das refinarias da Petrobras em março é de 91%, patamar considerado “seguro, sustentável e econômico”.

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