Fonte: Portal G1
A política de preços da Petrobras de rever os preços dos combustíveis nas refinarias uma vez por mês não é suficiente para acompanhar as variações do câmbio e do preço internacional de petróleo. Foi o que afirmou nesta quinta-feira (22) o presidente da estatal, Pedro Parente, em evento com investidores em São Paulo.
“Chegamos recentemente à conclusão de que a periodicidade mensal é obviamente muito melhor do que existia anteriormente, mas ainda não lida com as variações do câmbio e do petróleo internacional. Estamos considerando seriamente a possibilidade de aumentar essa frequência.”
A política de preços foi iniciada em outubro. Esta não foi a primeira vez que Parente afirmou que a Petrobras pode aumentar a periodicidade dos anúncios de alteração do preço dos combustíveis. O último anúncio, no dia 14 de junho, foi feito com menos de 20 dias de intervalo da redução anterior.
Metas da empresa
Em sua palestra no Encontro Internacional de Relações com Investidores, realizado na Fecomercio em São Paulo, Parente reforçou a meta da empresa em reduzir o endividamento e diminuir os custos operacionais para reverter o quadro de dificuldades.
O presidente também comentou as perdas da Petrobras com a corrupção. “Sobre toda a bandalheira que se instalou na empresa, é importante mencionar que, na realidade, a empresa foi uma vítima”, apontou Parente. “Diferente de outras empresas, a Petrobras não teve qualquer benefício com a corrupção que ali se instalou.”
Parente reforçou ainda que a empresa está comprometida com a melhoria de sua governança e, para isso, “um grande número de medidas está sendo adotado”, disse o presidente. Ele exemplificou apontando o pedido de certificação no Programa Destaque em Governança de Estatais na B3 (antiga Bovespa). Parente citou ainda que “hoje, 100% dos conselheiros são independentes”.
Parente comentou que, em meio à crise e ao escândalo de corrupção investigado pela Lava Jato, a Petrobras passou a enfrentar juros mais altos por causa da desconfiança dos investidores, na esteira da perda do grau de investimento da empresa por agências de risco e sucessivos rebaixamentos de rating. Isso multiplicou seu endividamento.
“Naturalmente, nossos investidores começaram a pedir juros mais altos”, disse Parente. “Estamos pagando US$ 7,5 bilhões de juros por ano. É um peso que temos que carregar, uma bola de ferro em relação aos nossos competidores.”