Pesquisadores criam reator que transforma CO2 e plástico em combustíveis sustentáveis

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Globo.com

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, da Inglaterra, anunciaram a construção de um reator movido a energia solar que transforma CO2 e resíduos de plástico em combustível sustentável.


Em artigo publicado na revista científica Nature Synthesis, a equipe envolvida no projeto explica que o sistema fotoeletroquímico pode transformar subprodutos de alto impacto ambiental em materiais úteis e sustentáveis, com capacidade de trabalhar com vários recursos ao mesmo tempo.


Nos testes realizados pelos pesquisadores, o sistema foi capaz de transformar garrafas plásticas e CO2 em vários tipos de combustíveis e outros compostos considerados valiosos – por exemplo, gás sintético (elemento essencial dos combustíveis líquidos sustentáveis) e ácido glicólico (produto químico bastante utilizado por empresas de cuidados com a pele).


“Uma tecnologia movida a energia solar que pode ajudar a lidar com a poluição plástica e os gases do efeito estufa ao mesmo tempo pode ser um divisor de águas no desenvolvimento de uma economia circular”, disse em comunicado Subhajit Bhattacharjee, coautor do estudo e químico da Universidade de Cambridge.
Reciclagem do futuro
A expectativa é que, nos próximos cinco anos, os pesquisadores possam descobrir como utilizar o reator para reutilizar, reciclar e transformar partículas mais complexas em materiais verdes. No futuro, eles acreditam que a tecnologia possa ser empregada para alimentar uma usina de reciclagem totalmente solar.


Segundo o Futurism, o reator possui dois compartimentos construídos separadamente para os gases de efeito estufa e para os resíduos plásticos. A máquina conta com um catalisador químico e uma célula que absorve a luz, chamada perovskita – como relatam os pesquisadores, ela é uma “alternativa promissora ao silício para células solares de próxima geração”.


“O que há de tão especial nesse sistema é a versatilidade e a capacidade de ajuste – estamos fazendo moléculas bastante simples à base de carbono no momento, mas, no futuro, poderemos ajustar o sistema para produzir produtos muito mais complexos, apenas trocando o catalisado”, relatou Bhattacharjee.


Outro coator do trabalho, o pesquisador Motiar Rahaman, explicou que geralmente, a conversão de CO2 requer muita energia. A máquina, porém, exige um esforço menor: “acender uma luz e começar a converter produtos nocivos em algo útil e sustentável”, diz. “Antes desse sistema, não tínhamos nada que pudesse fabricar produtos de alto valor de forma seletiva e eficiente”, acrescentou.

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