Nova desvalorização do petróleo pode levar a mais cortes nos preços dos combustíveis

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Fonte: Valor Econômico

A nova desvalorização dos preços do barril do petróleo, nesta segunda-feira (30), se mantida nos próximos dias, traz perspectivas de novos cortes nos preços dos combustíveis no Brasil. Hoje mesmo, enquanto a commodity recuava no mercado internacional, a Petrobras confirmou uma redução de 10% no preço do gás liquefeito do petróleo (GLP).

No caso do diesel e da gasolina, a companhia tem revisado a sua tabela de preços ao menos uma vez por semana desde o colapso da cotação da commodity no mercado internacional, a partir da segunda semana de março. Na bomba dos postos, por sua vez, o corte nos preços também tem ocorrido, mas numa proporção menor.

De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço da gasolina caiu 1,9% nas bombas na semana passada (22 a 28 de março), ante a semana anterior, para uma média de R$ 4,40 o litro — o valor é 2,5% menor que o praticado nas bombas na segunda semana de março, quando a crise do petróleo teve início. Já no caso do diesel S10, a queda registrada na semana passada foi de 2,4%, ante a anterior, para 3,59 o litro — preço é 3,15% inferior aos valores da segunda semana do mês.

Para efeitos de comparação, a Petrobras já fez, nas últimas três semanas, quatro cortes nos preços da gasolina que acumulam 35,7% de retração. No diesel, foram três revisões nas tabelas de preços, com uma queda acumulada de 16,1%.

Segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), mesmo com as reduções recentes, a estatal vem vendendo a gasolina, nas refinarias, com preços acima da paridade de importação.

A entidade, que representa os principais concorrentes da Petrobras no abastecimento ao mercado doméstico, estima que, mesmo tendo feito dois cortes nos preços do derivados na semana passada, o litro do produto ainda era vendido pela empresa, na média, com um prêmio da ordem de R$ 0,30 em relação à paridade, antes da abertura do mercado. A depender da evolução da cotação da gasolina no mercado internacional, em meio à intensificação da desvalorização do petróleo, essa diferença pode se acentuar ainda mais.

No caso do diesel, por sua vez, os preços praticados pela Petrobras estão parelhos em relação à referência internacional. “As janelas [de importação] estão fechadas no diesel”, disse o presidente da Abicom, Sergio Araújo.

A associação considera, em suas contas, as despesas para internalização dos combustíveis até o porto, e acrescenta a esses valores os custos com taxas portuárias e de armazenagem, além das despesas de frete até o ponto de entrega do derivado.

Já a Petrobras leva em conta não só os preços dos combustíveis e variações do câmbio, mas também o nível de participação de mercado. A empresa também alega que o preço de paridade internacional (PPI) “não é um valor absoluto, único e percebido da mesma maneira por todos os agentes” e varia de agente para agente.

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