Fonte: Correio Braziliense Online
Nem uma temperatura de 16° foi capaz de fazer um grupo de cerca de 15 motoristas ficar em casa na madrugada desta quinta-feira (30/5). Várias pessoas passaram uma noite dentro dos carros para abastecer em um posto na Asa Norte. O grande objetivo era ser um dos primeiros a serem atendidos durante a mobilização para o Dia Livre de Impostos. Por volta das 7h da manhã, a fila ia da 206 a 210 Norte.
O posto Jarjour, na altura da 206 Norte, é um dos estabelecimentos que participam da mobilização. Durante esta quinta-feira (30/5), a partir das 7h, o preço do litro da gasolina estará por R$ 2,93 - com os impostos, o valor sobe para R$ 4,559.
Para Claudia Parente, de 52 anos, o preço baixo vale uma noite mal dormida. "A diferença é muito grande, quase o dobro do preço. Se a gente aproveitar, a economia na ponta do lápis é bem significativa”, defende a moradora da Asa Norte.
A vigilante ainda explica que ficou sabendo da ação por avisos de amigos em grupos de WhatsApp e decidiu se antecipar por conta do sufoco que enfrentou na última edição da mobilização. "Ano passado eu até pensei em vim a noite, mas acabei deixando só para de manhã e já peguei a fila no fim da Asa Norte, mas agora eu não vou enrolar”.
Madrugar na fila, em pleno Eixinho, garante Claudia não será um desafio intransponível. Parente comenta que não dá para dormir, mas uma boa música e a socialização com outros motoristas vai ajudar o tempo passar. "Não dá para dormir por que pode ser perigoso, mas fico acordada mesmo, o tempo passa rápido”.
Para Bartolomeu Marreiro, 62, a viagem até o posto foi maior ainda. Empacotado com o um gorro, blusa de frio e casaco, o ambulante veio de Sobradinho para aproveitar os preços baixos. "A fila é muito grande amanhã, se chegar cedo, mesmo assim corre o risco de não conseguir abastecer”, aponta.
Ainda segundo o homem, a mobilização é importante para dar noção do quanto as pessoas pagam de imposto. "A gente não percebe, mas assim fica mais claro. Como quando comparamos o preço das coisa em outros lugares [outros países] e percebemos que lá é mais barato, mas para a gente nem tanto”.
Além do posto, outros estabelecimentos comerciais participaram da mobilização, que já está na 11ª edição.