Mobilidade elétrica individual vê boom durante a pandemia

Petróleo recua ante sinais de que a Opep não aumentará a produção
18/08/2021
‘Os carros elétricos impõem grandes desafios para a indústria automotiva’
18/08/2021
Mostrar tudo

Patinetes robustos ganham cada vez mais adeptos e atraem investimento de empresas

O Estado de S. Paulo

Não poluem, são silenciosos e sequer é preciso parar no posto para abastecer. São os principais benefícios dos veículos elétricos. Mas, enquanto carros movidos a bateria ainda são caros e inacessíveis à maioria da população, outros modais, como patinete e scooter elétricos, podem ser boas soluções de mobilidade urbana sustentável.

‘O público entendeu a necessidade de ter um veículo que não polua para se locomover em curtas distâncias na cidade ou até mesmo para lazer’, afirma Gustavo Salvadori, coordenador de marketing da MXF Motors, empresa com sede em Curitiba (PR).

Famosa por suas motos off-road com motores a combustão, desde 2017, a MXF também tem apostado na mobilidade elétrica. A empresa ampliou seu portfólio durante a pandemia.

O patinete elétrico MUV Urban, mais moderno, com bateria de lítio e autonomia para 35 quilômetros, juntou-se ao MUV One, que usa bateria de chumbo e tem menos tecnologia. A empresa

também lançou pequenas bikes elétricas de equilíbrio para crianças, com rodas de 12 e 16 polegadas. A bicicleta elétrica de equilíbrio preenche a lacuna de aprendizado entre as bikes convencionais e as motocicletas. Não têm pedal nem rodinhas, justamente, para incentivar a criança a usar os pés para empurrar e ir tentando se equilibrar. A diferença é que, por vir com motor elétrico, depois que aprende, é possível andar de bicicleta.

ALÉM DA MICROMOBILIDADE

Outra empresa que migrou das motos a combustão para os veículos elétricos é a Drop, de São Paulo (SP), que comercializa desde hoverboards elétricos até sofisticados patinetes com freio a disco (veja pág. ao lado). Para Ricardo Ducco, sócio-diretor da Drop, os patinetes mais potentes e robustos podem ser mais do que micromodais. ‘Quando falamos de micromobilidade, estamos nos referindo a deslocamentos de até 10 quilômetros. Mais que isso já é mobilidade urbana e nossos patinetes podem atender esse usuário’, explica ele.

A marca, recentemente, apresentou uma nova linha de patinetes elétricos de última geração, com construção mais robusta, para atender quem quer ter seu próprio veículo, segundo Ducco.

Com investimento de R$ 4, 2 milhões, a Drop instalou uma planta fabril em Manaus (AM), com 1. 000 mº, 3 linhas de montagem e 60 funcionários, com capacidade para fabricar até 120. 000 patinetes e scooters por ano.

‘Com a produção no Brasil, conseguimos oferecer aos nossos consumidores preços até 30% menores em relação aos produtos importados. Estamos atravessando esta época difícil de pandemia, mas há otimismo em relação ao segundo semestre. O setor de micromobilidade voltará com força total. Os patinetes, por serem leves e dobráveis, garantem a opção de um verdadeiro transporte multimodal. O usuário pode interligar o uso do patinete com o transporte público de forma única, como nenhum outro veículo elétrico, hoje, oferece’, conclui Ricardo Ducco, diretor da Drop.

Mobilidade testou

Patinete Drop Jetter tem pneu inflável e freio a disco

Os patinetes mais potentes e robustos, como o Drop Jetter 48V, oferecem mais autonomia e segurança do que os modelos oferecidos nos serviços de compartilhamento. Top de linha, o Jetter 48V chega a 45 km/h e tem autonomia de até 40 km – como comparação, os veículos compartilhados não passam de 20 km/h e sua autonomia é de cerca de 20 km. Com chassi reforçado, pneus infláveis de 10 polegadas, suspensões e até freio a disco, o patinete ainda possui painel digital com velocímetro, carga da bateria e hodômetro. Troquei minha motocicleta pelo Jetter 48V por uma semana. Acostumado com os antigos patinetes compartilhados, surpreendi-me, primeiramente, com o porte do modelo: bem maior e mais pesado [cerca de 25 kg], tem capacidade para levar uma pessoa de até 140 kg.

Para garantir mais conforto, há a possibilidade de viajar sentado ou em pé, com pedaleiras laterais. Embora seja mais confortável se sentar no “banquinho”, senti-me mais seguro conduzindo o patinete de pé. Principalmente, em ruas mais irregulares e em velocidade mais alta. Há três modos de potência, que alteram a velocidade máxima de 20 km/h a 45 km/h. O mais comedido permite rodar em ciclovias, como manda a regulamentação do Contran. Mas o motor de 48 V é o grande diferencial, porque possui mais “força” em subidas.

De fato, foi possível superar as ladeiras do bairro da Aclimação, sem dificuldade. A autonomia foi mais do que suficiente. Cheguei a rodar até 25 km sem recarregar a bateria – a recarga leva cerca de 4 horas. O modelo top de linha Jetter 48V chega a 45 km/h e tem autonomia para até 40 km.

O preço é de R$ 6. 990, e a garantia, de um ano. O valor é um pouco menor do que uma moto de 110 cc, mas o patinete tem a limitação de não poder rodar em vias expressas. Por outro lado, dispensa habilitação e os custos de gasolina e manutenção. Serve para quem faz curtos deslocamentos diários até o escritório, em vias mais tranquilas e centrais, de forma divertida e ecologicamente correta. — (A. C. )

Este material é produzido pelo Estadão Blue Studio.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *