O Estado de S. Paulo
O ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira, afirmou ontem que vai trabalhar para que os benefícios para caminhoneiros e taxistas – apresentados pelo governo e aprovados pelo Congresso em pleno ano eleitoral – se tornem uma política pública permanente. Pela lei vigente, os repasses dos dois benefícios acabam em dezembro próximo.
“Eu não vejo problema de essa política ser perpetuada. Não vejo que seja impossível. É claro que vai depender da situação econômica do Brasil e do mundo. Eu vejo com bons olhos que sigamos, assim como estamos fazendo no Auxílio Brasil, com essa distribuição de renda. No que depender de mim e do nosso presidente (Jair Bolsonaro), pode ter certeza, vamos trabalhar para que esses benefícios se perpetuem, sim”, disse ele.
Tornar os benefícios para caminhoneiros e taxistas permanentes dependeria da aprovação de nova uma lei no Congresso Nacional. O governo destinou R$ 7,4 bilhões para o pagamento dessas parcelas até dezembro.
Até o momento, 190.861 caminhoneiros já receberam as duas primeiras parcelas de R$ 1 mil do benefício. Além disso, 245.213 motoristas de táxi receberão hoje as duas primeiras parcelas de R$ 1 mil do benefício. Com esses pagamentos, o governo estima que serão injetados R$ 490,4 milhões na economia.
Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou para o risco de continuidade de novos benefícios além de 2022. “Isso é sempre alguma coisa que nos aflige. O que hoje o mercado tem uma ansiedade em entender é como vai ser o fiscal do ano que vem. Se forem continuados, como vão ser financiados? Existe uma ansiedade se tem de ter uma compensação fiscal, e se vai vir com uma reforma tributária. E como vai ser uma política tributária”, declarou (veja mais informações nesta página).
Os dois candidatos à Presidência da República mais bem posicionados na corrida eleitoral deste ano, o petista Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro, já prometeram manter em R$ 600 o patamar mínimo para o Auxílio Brasil em 2023. Lula tem falado em terminar com o mecanismo do teto de gastos, mecanismo que limita o crescimento das despesas à inflação, enquanto a equipe econômica de Bolsonaro realiza estudos para uma meta atrelada à dívida pública.