Ministro da Integração prevê impacto da seca na produção de combustível

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O Globo

O ministro de Integração Nacional, Waldez Góes, afirma que o governo trabalha com o cenário de que o auge da crise provocada pela seca e pelas queimadas ocorra entre o final de setembro e o início de outubro, período em que deve haver estabilização da situação em um patamar mais grave que o que já enfrentado atualmente. Um dos impactos analisados é na produção de combustível, o que já levou à criação de um plano de contingência com navios.
—Ainda haverá um agravamento e com uma estabilizada numa situação pior, impactando outras regiões da Amazônia, como baixo Amazonas e Amapá — disse Góes ao GLOBO.
O governo também já leva em conta a possibilidade de que a falta de chuvas leve ao comprometimento do funcionamento da Hidrelétrica de Santo Antônio, localizada no Rio Madeira, em Porto Velho (RO), e também traga impacto no funcionamento da produção de gás e óleo no Polo Urucu, localizado na Amazônia — o óleo é usado na produção de gasolina. Enquanto o gás é transportado por gasodutos, a logística do óleo é feita por barcaças que estão com sua navegabilidade comprometida pela baixa dos rios.
O ministro afirma que o governo já planeja movimentar grandes navios para região na tentativa de evitar o desabastecimento de combustível, que, num cenário pessimista, poderia comprometer a cidade de Manaus, capital do Amazonas.
Góes integrou o grupo de ministros que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visita a comunidades isoladas pela estiagem no interior do Amazonas nesta terça-feira.
—É um problema que vai se espalhando. Se tivermos tudo bem planejado, ainda assim vamos enfrentar dificuldades hercúleas. A crise não acontece ao mesmo tempo em todas as áreas. Tem características diferentes no Acre, Roraima, Rondônia, Amazonas.
Autoridade Climática será criada
Pressionado a dar respostas contra a crise climática que passou a ter efeitos em várias regiões do país, Lula anunciou, em visita ao Amazonas, que vai criar uma Autoridade Climática para enfrentar as tragédias provocadas pelas mudanças nas condições ambientais do Planeta. A criação da nova estrutura era uma promessa de campanha assumida por Lula no momento da adesão de Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente, à sua candidatura em 2022.
O presidente também anunciou investimento de R$ 500 milhões em intervenções de dragagem nos rios do estado do Amazonas, para facilitar a navegação em meio à estiagem. Também foi prometida a pavimentação de um trecho de 20 quilômetros da rodovia BR-319, ao custo de R$ 157,5 milhões.

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