Fonte: G1
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira que o Congresso não vai
aprovar um aumento de tributos para compensar a redução no preço do diesel. Ele ainda chamou de
“irresponsável” a fala do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, que nesta segunda (28) disse que
poderia haver uma alta de tributos para fazer a compensação.
A redução do preço do diesel foi uma das medidas anunciadas pelo governo federal para encerrar a
paralisação de caminhoneiros. O desconto é de R$ 0,46 por litro de diesel por um período de 2
meses.
“Não vai ter [aumento de imposto] porque isso aqui é uma democracia e ele [Guardia] não manda no
Congresso Nacional. Aliás, o que ele fez ontem foi muito irresponsável, num momento de crise em
que se está tentando debelar, diminuir a mobilização, tentar colocar o Brasil no eixo novamente,
ele vem falar em aumento de imposto", afirmou Maia.
Segundo Maia, Guardia "sabe muito bem que no Congresso não haverá aumento de impostos" e deveria
ter proposto outras saídas.
"De jeito nenhum [a Câmara vai aprovar aumento de imposto]. Não tem a menor chance. Enquanto eu
for presidente da Câmara não se vai votar nenhum aumento de imposto. Os brasileiros pagam
impostos demais, ninguém aguenta pagar mais imposto. Vamos discutir a redução do tamanho do
Estado", disse.
Guardia argumentou que quando faz um gasto não previsto no Orçamento, ou, como no nesse caso,
abre mão da receita com imposto, o governo precisa fazer uma compensação.
Para o presidente da Câmara, há outras maneiras de reequilibrar a conta, que não seja o aumento
de tributos.
"Ele tem receita do fundo soberano, ele tem receita da cessão onerosa, que está tramitando em um
projeto na Câmara. O que nós não podemos é que na hora que as coisas começam a caminhar para uma
solução se colocar mais gasolina nesse problema. Então, eu acho que ele errou ontem. Não adianta
falar apenas para os investidores, tem que começar a falar para os brasileiros", disse.
Para Maia, "não há a menor chance" de a Câmara aprovar aumento de imposto e defendeu a redução
do tamanho do estado.
Fernanda Calgaro
Fonte: Portal G1