Fonte: Estadão
CARACAS – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira, 13, que irá elevar o preço da gasolina a níveis internacionais. A medida busca reduzir os prejuízos causados pelo contrabando do combustível, atualmente subsidiado pelo governo.
De acordo com Maduro, criminosos adquirem a gasolina na Venezuela e revendem a preços internacionais na Colômbia e em países vizinhos. Segundo o presidente, o contrabando causa "milhões" em prejuízos.
"Espero que em dois anos, no máximo, tenhamos resolvido essa deformidade", disse Maduro, em discurso televisionado. "A gasolina e os hidrocarbonetos devem ser colocados a um preço internacional para que se acabe o contrabando à Colômbia e aos países do Caribe".
Maduro indicou que apresentará nos próximos dias os detalhes do novo esquema de preços e também um novo subsídio que estará vigente no país pelos próximos dois anos, período no qual espera superar a crise econômica.
O presidente disse ainda que a estatal Petróleos da Venezuela perdeu "milhares de dólares por ano" pela diferença entre os custos de produção da gasolina e o preço do combustível na bomba. Além disso, a empresa sofreu "prejuízos de US$ 18 milhões" com o contrabando.
O combustível continuará subsidiado àqueles que apresentarem o cartão de identificação emitido pelo governo, garantiu Maduro. O chamado "cartão da pátria", no entanto, é rejeitado por opositores do presidente.
A medida é parte do plano do governo venezuelano para contornar os impactos da crise econômica que afeta o país. Na próxima segunda-feira, 20, Maduro planeja colocar em vigor uma reforma monetária que planeja eliminar cinco zeros das notas de bolívar para reduzir inflação, estimada em mais de 1.000.000% ao ano, segundo o Fundo Monetário Internacional.