Fonte: Valor Online
A petrolífera anglo-holandesa Royal Dutch Shell apresentou um lucro líquido 64% maior no quarto trimestre do ano passado ante mesmo intervalo em 2015, totalizando US$ 1,54 bilhão. O montante é atribuível aos controladores da empresa, base para distribuição de dividendos. As receitas da companhia de outubro a dezembro alcançaram US$ 64,77 bilhões, crescimento de 11,4% frente a igual período do ano anterior. O lucro da companhia em 2016 ajustado a custos de substituição — um indicador semelhante ao lucro líquido reportado pelas petrolíferas dos Estados Unidos — foi de US$ 3,5 bilhões, com queda de 7,5% no comparativo anual. No trimestre, lucro ajustado da empresa caiu 44%, para US$ 1 bilhão. Também com ajuste a custos de substituição, o lucro da área de exploração e produção da Shell foi de US$ 35 milhões, revertendo perdas de US$ 1,46 bilhão nessa linha registradas no quaro trimestre de 2015, enquanto a área de refino entregou ganho de US$ 1,57 bilhão, queda de 37% em bases anuais. Produção A produção de óleo e gás natural da companhia alcançou 3,9 milhões de barris de óleo equivalente diários (boed) no quarto trimestre do ano passado, um aumento de 28% na comparação com o mesmo intervalo de 2015. Segundo a empresa, esse desempenho inclui 824 mil boed vindos do BG Group, que completou o processo de fusão das atividades com a Shell no ano passado. No acumulado de 2016, a produção foi de 3,67 milhões de boed, aumento de 24% na comparação com 2015. A companhia também informou que a área de exploração e produção incluiu uma baixa contábil líquida de US$ 19 milhões no quarto trimestre, que é resultado de ganhos com desinvestimentos de US$ 450 milhões, mas também de encargos de US$ 200 milhões relacionados a reavaliação fiscal diferida da operação na Malásia e outras baixas de US$ 180 milhões no intervalo. No caso do segmento de refino, o resultado de outubro a dezembro inclui ganhos de US$ 610 milhões também por causa de desinvestimentos realizados, parcialmente ofuscados por encargos com reestruturação de US$ 120 milhões e uma baixa líquida relacionada a derivativos de commodities no valor de US$ 110 milhões. Para 2017, a companhia tem a expectativa de que seus resultados corporativos reflitam baixas contábeis totais de US$ 1,4 bilhão a US$ 1,6 bilhão, sendo de US$ 350 milhões a US$ 450 milhões apenas no primeiro trimestre. Na área de exploração e produção, é esperado ainda um impacto negativo sobre o resultado, com uma redução de cerca de 40 mil boed devido a paradas para manutenção. e de outros 45 mil boed em razão de desinvestimentos previstos. A empresa também destacou que está “no caminho certo” para conclusão do seu plano de desinvestimentos totais, de US$ 30 bilhões, dos quais US$ 15 bilhões já foram anunciados e concluídos ou estão em progresso. Cerca de US$ 25 bilhões, segundo a companhia, serão investidos “em projetos resilientes e de alta qualidade”.