Brasil Agro
O 73° leilão de biodiesel complementar negociou 72,75 milhões de litros do combustível renovável para atendimento da mistura obrigatória de 12% do produto no diesel vendido nos postos do país, entre 1º e 31 de outubro.
O certame registrou preço médio de 4,578 reais por litro, com alta de 30,35% ante um certame anterior.
O leilão 73 (original), que negociou o maior volume da história (1,19 bilhão de litros) em uma única licitação, após o aumento de 1 ponto percentual na mistura obrigatória este ano, já havia registrado uma forte alta na cotação, de quase 30% no preço médio.
A alta nos preços ocorre após o mercado ter sido tumultuado pela pandemia de coronavírus. Diante da queda na demanda por diesel, as distribuidoras pediram uma menor retirada de biodiesel, mas depois o consumo pelo combustível não se mostrou tão ruim quanto o esperado.
Ao mesmo temo, o dólar alto tem elevado os custos da principal matéria-prima para a produção de biodiesel, a soja, em um ano em que processadores e exportadores estão disputando o grão, diante da forte demanda da China pela oleaginosa.
Simultaneamente, o Brasil tem elevado as exportações de óleo de soja, aproveitando um problema de seca no rio Paraná, que tem afetado os embarques da Argentina, tradicionalmente o maior exportador desse produto.
Nessa conjuntura, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) teve de realizar dois leilões complementares de biodiesel.
O leilão 73 complementar movimentou 333,05 milhões de reais, segundo a ANP.
O resultado do leilão representou ágio médio de 4,84% na comparação com a média ponderada dos preços de referência regionais do biodiesel, acrescentou a agência.
A etapa de apresentação de ofertas para atendimento à mistura obrigatória do biodiesel ocorreu em 3 de julho, com participação de 24 produtores, que ofertaram total de 75,45 milhões de litros do combustível (Reuters, 23/7/20)