IBP vê coprocessado como sobrevida ao refino e lamenta exclusão de rota do Combustível do Futuro

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EPBR

O relatório do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB) para o Combustível do Futuro (PL 528/2020) manteve a decisão da Câmara dos Deputados de não incluir o coprocessado entre as opções consideradas elegíveis para o mandato de diesel verde.
A decisão atende à demanda dos produtores de biodiesel, que se posicionaram contra a inclusão na nova legislação.

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) entende que com o não reconhecimento da parcela renovável do coprocessamento de óleo vegetal na produção de diesel, o futuro das refinarias de petróleo fica comprometido.
“Fico feliz que o relatório tenha reforçado a importância da descarbonização e de novos biocombustíveis, mas esperávamos que o coprocessamento fosse incluído, já que é uma maneira eficaz de descarbonizar e também de estender a vida útil das refinarias de petróleo”, comentou Ana Mandelli, diretora-executiva interina do IBP, à agência epbr.
“Na medida que eu vou estimulando também esse mercado [do coprocessado], as refinarias podem ir se adaptando ao longo do tempo e sendo utilizadas por muito mais tempo, promovendo efetivamente esse novo mercado de baixo carbono”, completa.

A principal interessada na inclusão do coprocessado é a Petrobras, com o seu chamado Diesel R, resultado do coprocessamento de óleo vegetal em refinarias de petróleo. Um processo que a estatal defende como uma aliança estratégica entre a indústria de petróleo e o agronegócio.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu na última quinta (15/8) que o Diesel R tem potencial para fortalecer a integração entre esses setores, uma vez que a companhia adquire óleo vegetal de produtores nacionais para sua produção.
A exclusão do Diesel R do mandato de diesel verde gera um impacto significativo para a Petrobras, que buscava assegurar sua participação de biocombustíveis no mercado de diesel, estimado em mais de 60 bilhões de litros por ano no Brasil.
A inclusão do coprocessado na legislação daria à estatal a segurança jurídica necessária para continuar investindo nesse mercado.

O PL do Combustível do Futuro segue agora para discussão na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado, em sessão marcada para terça (20/9). Se alterado, retorna à Câmara dos Deputados.

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