Valor Econômico
O preço da gasolina subiu 3,47% em abril, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do governo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Com isso, teve impacto de 0,17 ponto percentual (p.p.) na taxa de 0,57% do IPCA-15, ou quase 30% (29,8%) da alta do índice no mês.
A partir de 1º de março, o governo federal retomou a cobrança dos impostos federais para combustíveis e outros itens, como energia elétrica, que tinha suspensa em junho de 2022. E isso impactou os preços no IPCA-15, cuja coleta ocorreu entre os dias 16 de março e 13 de abril de 2023.
Além disso, também houve alta nos preços do etanol (1,10%), que já tinham subido 1,96% em março. Por outro lado, óleo diesel (-2,73%) e gás veicular (-2,17%) recuaram.
O grupo transportes, do qual combustíveis fazem parte, foi o de principal influência entre os grupos. A alta foi de 1,44%, com 0,29 ponto percentual de impacto, o que significa que respondeu por 50,8% do índice.
Alimentos
Com impacto de alimentação no domicílio, a alta dos preços de alimentos e bebidas desacelerou de 0,20% em março para 0,04% em abril dentro do IPCA-15.
Foi o menor resultado para o indicador desde setembro de 2022, quando os preços de alimentos tinham recuado 0,47%. Naquele mês, a deflação de alimentos também foi puxada pela alimentação no domicílio.
Em abril, os preços da alimentação no domicílio tiveram deflação de 0,15%. Os destaques entre as quedas de preços foram batata-inglesa (-7,31%), cebola (-5,64%), óleo de soja (-4,75%) e carnes (-1,34%).
A queda no preço de carnes foi a quarta seguida. Houve recuo de 0,01% em janeiro, 0,87% em fevereiro, 0,91% em março e agora 1,34% em abril.
O recuo em carne, que já vinha ocorrendo antes, foi intensificado pelo embargo das vendas de carne bovina brasileira para a China, em 23 de fevereiro, por causa de um caso de mal de vaca louca no Pará.
Quando o produtor não consegue exportar, aumenta a oferta no mercado interno e a tendência é de recuo de preço. O embargo durou apenas um mês, até 23 de março.
Na alimentação no domicílio, o destaque entre as altas foi o ovo de galinha, cujos preços subiram 4,36% em abril.
Já a alimentação fora do domicílio passou de 0,68% em março para 0,55% em abril. O lanche desacelerou (de 1,02% em março para 0,82% em abril), enquanto a refeição (0,52%) registrou resultado próximo ao do mês anterior (0,50%).
No acumulado em 12 meses, alta dos alimentos, que permaneceu em dois dígitos entre os meses de março de 2022 e fevereiro de 2023, desacelerou de 8,70% em março para 6,35% em abril.
O resultado de 6,35% é o menor da série histórica do IPCA-15, que começa em 2021, segundo o IBGE.
Entre as 11 regiões metropolitanas e capitais pesquisadas pelo instituto, a alta de preços de alimentação e bebidas em 12 meses varia entre 4,20% no Rio de Janeiro e 8,03% em Recife. Depois de Recife, as maiores altas aparecem em Porto Alegre (7,75%), São Paulo (6,81%), Fortaleza (6,54%), Salvador (6,53%) e Distrito Federal (6,48%). Entre as menores taxas, depois do Rio de Janeiro, estão Goiânia (5,27%), Belém (5,72%) e Belo Horizonte (6,07%).