Terra
Fim da desoneração do diesel, gás de cozinha, biodiesel e GLP é considerado mais difícil; no caso do diesel, medida também despertaria a insatisfação dos caminhoneiros
Adriana Fernandes
O sinal verde para a volta da cobrança dos tributos federais sobre a gasolina e etanol, a partir de março, é esperado pelo Ministério da Fazenda no primeiro pacote de medidas econômicas a ser divulgado pelo governo.
O ministro Fernando Haddad trabalha com essa medida para reforçar a arrecadação e reduzir o rombo das contas públicas em 2023. A zeragem dos tributos federais (PIS/Cofins) e Cide sobre a gasolina foi prorrogada até 28 de fevereiro deste ano como um dos primeiros atos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo também prorrogou a desoneração do álcool até essa data, que pode também acabar
Já o fim da desoneração do diesel, gás de cozinha, biodiesel e GLP é considerado mais difícil, de acordo com técnicos do governo ouvidos pelo Estadão. Lula prorrogou a zeragem desses tributos até 31 de dezembro. No caso do diesel, a medida também despertaria a insatisfação dos caminhoneiros.
O anúncio do pacote está previsto para esta semana, na quinta ou sexta-feira. Em reunião hoje com o primeiro escalão do ministério, Haddad deu mais tarefas aos seus secretários e não se espera até o momento anúncio amanhã. Depois da reunião com a sua equipe, Haddad se reuniu com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Em seguida, apresentou os primeiros detalhes ao presidente Lula.
A espinha dorsal do pacote segue a mesma das simulações que vazaram para imprensa com foco no aumento de receitas. Lula orientou a Haddad apresentar as medidas ainda esta semana como medida de “empoderamento” para afastar a percepção de que haveria um atraso na agenda do governo após os atos golpistas de domingo que depredaram os prédios do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF).
A estratégia é adotar o discurso da “normalidade”. Foi uma resposta aos alertas de analistas do mercado para o risco da agenda ficar suspensa. O mercado teme ainda que Haddad possa ter mais dificuldade em adotar medidas impopulares depois dos atos criminosos, como a reoneração da gasolina.
Daí a importância para a equipe de Haddad em mostrar força com a sinalização do fim do subsídio para a gasolina, que beneficia a classe média, tem custo muito elevado e estimula o combustível fóssil, na contramão das promessas ambientais do novo governo.
IPCA na Região Metropolitana de Salvador fecha 2022 com 6,29%
Sociedade Online
A inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na Região Metropolitana de Salvador (RMS), ficou em 0,39% durante o mês de dezembro de 2022. Com isso, o índice fechou o ano em 6,29%, a 3ª mais alta do país. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (10).
De acordo com o IBGE, embora tenha voltado a acelerar em comparação ao mês anterior (havia sido de 0,26% em novembro), essa foi a inflação mais baixa para um mês de dezembro na RMS, em cinco anos.
O IPCA de dezembro na RMS também ficou abaixo do índice nacional (0,62%) e foi o 3º mais baixo entre os 16 locais pesquisados pelo instituto, acima apenas das Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro (0,33%) e Campo Grande (0,38%).
O resultado visto em dezembro foi resultado de aumentos nos preços médios de oito dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice. Apenas o grupo transportes teve queda média dos preços no mês (-1,70%), puxado pelos combustíveis (-6,82%), sobretudo a gasolina (-7,15%).
Além disso, dos oito grupos em alta, sete mostraram aceleração de preços, ou seja, aumentaram mais em dezembro do que em novembro – a única exceção foi habitação (0,07% em dezembro frente a 0,38% em novembro).
O retrato da inflação da RMS no ano de 2022 foi muito parecido com o de dezembro. Com o segundo maior aumento acumulado, alimentação e bebidas (11,87%) liderou em termos de pressão inflacionária, enquanto o grupo saúde e cuidados pessoais teve o terceiro maior aumento (10,08%) e a segunda principal contribuição para a elevação do custo de vida do ano.