Valor Econômico
Proposta é aprimorar a governança de cada negócio e dar maior autonomia à Ipiranga, Ultragaz e Ultracargo, que contam com dois conselheiros independentes da Ultrapar, diz Marcos Lutz
O Ultra vai reformular a governança com o objetivo de aumentar a independência e agilidade das empresas controladas, posicionando o grupo como uma holding de investimentos e alocadora de capital. As mudanças foram anunciadas por Marcos Lutz, CEO do Ultra, durante encontro com investidores e analistas, nesta sexta-feira (6).
Com a nova estrutura, a proposta é uma evolução da governança de cada negócio, em que a Ipiranga, Ultragaz e Ultracargo ganham maior autonomia e contam com dois conselheiros independentes. O corpo do conselho será composto pelo CEO de cada empresa, por dois membros independentes, Lutz e Rodrigo Pizzinatto, diretor financeiro da holding. Segundo Lutz, os CEOs agora se reportam diretamente ao conselho, enquanto a Ultrapar assume um papel mais definido como alocadora de capital.
“Estamos fazendo uma mudança na nossa governança, em que damos mais independência, responsabilidade e agilidade para as companhias operacionais. Os CEOs passam a reportar para um conselhos e não mais diretamente a mim. Já a Ultrapar passa a ter um papel mais claro de alocadora de capital, com olhar mais frio para os negócios e buscando onde ela cria valor como entidade”, disse lutz.
O executivo destacou que os direcionadores da Ultrapar são investimento com disciplina na alocação de capital com crescimento inorgânico e novos negócios; geração de valor nos negócios existentes e no portfólio; e foco em setores com potencial de geração de valor. “Essa mudança que está acontecendo agora prepara o Ultrapar como companhia para gerar valor a longo prazo.”
Nova orientação
Durante o evento, a empresa deu detalhes de como será a orientação dos negócios. A distribuidora de combustível Ipiranga pretende captar cerca de R$ 400 milhões em logística e distribuição em três anos, já que a empresa tem sido mais eficiente em ações como agilidade no carregamento e menor de sobre-estadias, por exemplo.
A Hidrovias do Brasil, empresa em que a Ultra detém 40%, vive um momento de maior volatilidade este ano nos corredores Norte e Sul por conta da crise hídrica que assola o Brasil. Mas o grupo destaca que há a expectativa de que no médio e longo prazos a operação se torne mais estável, com a melhora climática associada a implementação de soluções logísticas.
Já a estratégia da Ultracargo está calcada na interligação do interior com o porto para aproveitar as oportunidades de corredores logísticos nas regiões deficitárias. A empresa tem investido na expansão de corredores estratégicos em diversas regiões do Brasil, incluindo o aumento da capacidade de Santos; desvio do terminal ferroviário de Opla, rota que liga a Rondonópolis e impulsiona o mercado de combustíveis; e início da construção do terminal de Palmeirantes, no Tocantins.