Gasolina vira novo temor inflacionário com altas generalizadas no mundo

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Bloomberg Línea

O preço da gasolina sobe em várias partes do mundo e se torna a mais recente ameaça inflacionária para bancos centrais e governos.
Os futuros do combustível atingiram o patamar mais alto em nove meses em Nova York, e os preços também têm subido na Ásia.
Os mercados de combustível ficaram mais apertados em todo o mundo devido a uma combinação inesperada de problemas em refinarias e estoques baixos em importantes centros de armazenamento, como a costa do Golfo do México nos EUA e Singapura.
No ano, os futuros de gasolina nos EUA já subiram mais de 20%, mesmo com o petróleo praticamente no mesmo patamar que no final de 2022.
A alta da gasolina pode potencialmente virar uma dor de cabeça para o Federal Reserve e outros grandes bancos centrais à medida que começam a sinalizar o fim da batalha contra a inflação — se os dados econômicos permitirem.
“Custos mais altos de energia podem aumentar os preços ao consumidor e levar a uma inflação renovada de bens – um setor onde os aumentos de preços desaceleraram”, disse Andrew Hollenhorst, economista-chefe para EUA no Citigroup.
Estoques baixos e alta demanda em regiões-chave estão elevando os preços em todo o mundo. Na Europa, os preços da gasolina estão subindo mais rápido do que os do petróleo, embora essa tendência ainda não tenha se traduzido totalmente em custos mais altos nos postos.
Enquanto isso, as condições no mercado de Singapura, um importante polo logístico asiático, também se firmaram com as exportações chinesas abaixo do esperado. Em muitos mercados emergentes, isso se traduz em um fardo mais pesado para os governos que subsidiam os combustíveis para amortecer o impacto no custo de vida.
A oferta global de gasolina não conseguiu se recuperar significativamente de níveis historicamente baixos, apesar do aumento de capacidade de refino no Oriente Médio e na China.
Essas expansões não foram suficientes para compensar uma série de interrupções não planejadas, incluindo a refinaria de Baton Rouge da Exxon, nos EUA, a planta de Pernis da Shell em Rotterdam e o complexo de Mizushima da ENEOS Holdings no Japão. Essas interrupções restringiram a oferta global.
Na China, maior importadora de petróleo, uma série de indicadores aponta para uma demanda aquecida. Os níveis de congestionamento nas 15 cidades com mais registros de carros aumentaram cerca de 25% em comparação com janeiro de 2021, de acordo com dados da Baidu rastreados pela BloombergNEF. Ao mesmo tempo, os estoques comerciais de gasolina foram estimados no nível mais baixo desde pelo menos 2019.
A demanda de gasolina da China está prevista em cerca de 3,3 milhões de barris por dia em julho, segundo estimativas da Rystad Energy, 14% acima em relação ao mesmo mês de 2019, o último ano antes das restrições de Covid.
–Com a colaboração de Catarina Saraiva, Sarah Chen, Bill Lehane, Serene Cheong e Devika Krishna Kumar.

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