Frota de eletrificados (com híbridos) no Brasil chega a 100 mil

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EPBR

O Brasil superou, na última semana de julho, a marca histórica de 100 mil veículos eletrificados em circulação, incluindo carros, caminhões e veículos comerciais leves, como vans e furgões. Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
A marca foi alcançada no dia 26 de julho, quando a frota eletrificada circulante chegou a 100.292 veículos leves, segundo o acompanhamento diário de emplacamentos feito pela associação.
No acumulado de 2022, as vendas de eletrificados somam 23.033 veículos leves – 31% a mais do que os 17.524 dos sete primeiros meses de 2021. A maior parte (6,5 mil) foi registrada no estado de São Paulo. Em seguida vem Minas Gerais, com 1,9 mil emplacamentos.
A conta inclui os híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e os elétricos a bateria (BEV); automóveis, comerciais leves, SUVs e utilitários.
• O crescimento se descola do setor de automóveis e veículos leves em geral, que teve queda de 15,41% no primeiro semestre de 2022, em comparação com mesmo período de 2021.
• Dados da Fenabrave do início de julho mostram que foram comercializadas pouco mais de 851 mil unidades de automóveis e veículos leves – cerca de 150 mil a menos do que no mesmo período de 2021.
Embora positivos, os números continuam abaixo do potencial do mercado brasileiro de veículos de baixa emissão, analisa Adalberto Maluf, presidente da ABVE.
Para o executivo, ainda falta muito para a eletrificação avançar no país.
“Precisamos de uma política nacional de eletromobilidade, ou seja, de políticas públicas alinhadas e coordenadas entre o governo federal e os governos estaduais e municipais para incentivar a transição do veículo a combustão para o veículo elétrico”.
Para este ano, a ABVE estima que as vendas globais de elétricos plug-in (BEV e PHEV) sejam ainda mais acentuadas que no ano passado, podendo chegar a 12 milhões de veículos, quase o dobro de 2021.
Maluf defende que o Brasil não se isole das cadeias globais. “O risco é o país perder ainda mais competividade internacional e tecnológica, deixar de gerar renda e não produzir novos empregos de qualidade”.
Falta um marco legal
Pesquisa do Cebds com 16 grandes empresas que atuam no Brasil e têm metas de emissões líquidas zero aponta que a ausência de um marco legal e de harmonia entre as políticas existentes são fatores que deixam o Brasil atrás de outras economias nesta agenda.
Atualmente, programas como Renovabio, Proconve e Rota 2030 estipulam diferentes metodologias e aplicações para mensurar a pegada de carbono e outros gases poluentes, e harmonizar essas políticas é uma demanda tanto quanto um desafio.
Um grupo de trabalho do governo coordenado pelos ministérios da Economia (ME) e de Minas e Energia (MME) discute a criação de uma metodologia para eficiência energética ambiental dentro do programa Combustível do Futuro. A conclusão estava prevista para o final de junho.
Além disso, da parte do Executivo nacional, a eletrificação de veículos leves é abordada com ressalvas, sob o risco de tomar uma fatia de mercado do etanol. A abertura maior tem sido em relação às frotas pesadas – onde a mudança de combustão para elétrico deve ser mais lenta no mundo todo.
Paralelamente, no Senado, algumas propostas tentam garantir incentivos
Uma é o PL 1880/2022, apresentado no início do mês pela Comissão de Meio Ambiente do Senado no pacote de 26 projetos relacionados ao clima. O texto propõe incentivos para a produção em escala de células de combustível, aproveitando o potencial das cadeias de valor do hidrogênio, etanol e biogás.
Já na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), outros dois aguardam análise. O PL 6.020/2019, da senadora Leila Barros (PDT/DF), determina que as empresas beneficiadas por renúncias fiscais no programa Rota 2030 deverão aplicar 1,5% do benefício tributário em pesquisas sobre o desenvolvimento da tecnologia para veículos elétricos.
Também condiciona investimentos na geração de energia elétrica no interior de veículos a partir do etanol.
E o PL 403/2022, do senador Irajá (PSD/TO), isenta veículos elétricos e híbridos do Imposto de Importação até 31 de dezembro de 2025, em uma tentativa de estender incentivos de resolução do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), que zerou a alíquota de 35% para a maioria dos casos de importação de veículos elétricos ou híbridos, e reduziu a 2% ou 4% em algumas situações.
Dez milhões até o final do ano
Com o preço médio mensal de metais essenciais às baterias de íons de lítio se estabilizando em relação aos recordes de abril, levantamento da S&P Global Commodity Insights aponta que as vendas globais de plug-in até o final de 2022 estão a caminho de ultrapassar 10 milhões de veículos (10,58 milhões).
O volume é mais do que as vendas globais combinadas de 2019 (3,1 milhões) e 2021 (3,1 milhões).
“A China continuará sendo o maior mercado em vendas totais, já com 3 milhões no acumulado do ano e projetada para responder por 6,5 milhões de vendas de plug-ins até o final deste ano, sujeita a algum risco negativo relacionado a bloqueios localizados periódicos em resposta ao surgimento de variantes de coronavírus”, comenta Mark Mozur, gerente de Future Energy Outlook da S&P Global.
Fora a China, o único outro mercado a ultrapassar 1 milhão de eletrificados será o da União Europeia, onde a expectativa da consultoria é registrar 2 milhões em vendas até o final do ano.
Os Estados Unidos fecharão o ano com pouco menos de 0,8 milhão de veículos vendidos (crescimento de 30% ano a ano), enquanto em termos de participação de mercado, a Noruega continuará líder, a caminho de ter VEs capturando 85-90% do total de novas unidades.

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