Terra
Entre março de 2003, data de lançamento da tecnologia flex, e abril de 2021, o consumo de etanol (anidro e hidratado) evitou a emissão de mais de 566 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, informou a União da Indústria de Cana e Açúcar (Unica). O volume é equivalente às emissões anuais somadas de Argentina, Venezuela, Chile, Colômbia e Uruguai.
O levantamento teve como base a metodologia de aferição de padrão de emissões de gases de efeito estufa (GEE) dos combustíveis, estabelecida pela Política Nacional de Biocombustíveis – RenovaBio, e utilizou dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Atualmente, 86% do etanol comercializado no país está certificado no RenovaBio, garantindo a rastreabilidade e a efetividade da redução de emissões e a nulidade do desmatamento direto e indireto, destacou a entidade.
“A pandemia da covid-19 reforçou a urgência de tomarmos medidas efetivas de combate às mudanças climáticas. No Brasil, como em nenhuma parte do mundo, temos uma madura indústria de combustíveis renováveis, que vem contribuindo ano após ano para a redução da emissão de gases de efeito estufa”, analisou Evandro Gussi, presidente da Unica, ressaltando que a Agência Internacional de Energia (AIE) já apontou a importância de programas como o Renovabio para zerar as emissões até 2050.
De acordo com a Unica, a sustentabilidade da cadeia é ampliada pela utilização dos subprodutos da produção de etanol para a geração de energia elétrica de baixo carbono. Em 2020, a bioeletricidade ofertada para a rede pelo setor sucroenergético cresceu 1% em relação a 2019, com um volume de 22.604 GWh. Desse total, 83% foram ofertados entre maio e novembro, período seco. “Tratou-se de uma geração equivalente a ter poupado 15% da água disponível associada à energia máxima que poder ser gerada nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste”, disse a Unica em nota para marcar a semana do meio ambiente no Brasil.
A cana-de-açúcar responde por 19,1% de toda a oferta primária de energia no País, levando em conta etanol e bioeletricidade, e 39,5% de toda a energia renovável, segundo o Balanço Energético Nacional 2021, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A entidade ressalta ainda, que o etanol gera 90% menos emissões que a gasolina, e que é reconhecido internacionalmente por não representar risco às florestas nativas. As lavouras de cana-de-açúcar destinadas à produção de etanol ocupam apenas 0,8% do território nacional e estão localizadas a mais de 2 mil quilômetros da Amazônia.
“A sustentabilidade é um diferencial estratégico do setor sucroenergético reconhecido no Brasil e no mundo, e faz parte da proposta de valor dos produtos advindos da cana-de-açúcar, essenciais para a retomada sustentável do crescimento econômico do País”, concluiu Gussi.