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Em 2024 o grão está presente em 19% de toda a produção de etanol do país
Por Camila Souza Ramos – São Paulo
O etanol de milho é um tipo de etanol que, assim como o de cana-de-açúcar, serve como alternativa renovável aos combustíveis fósseis. Além de servir como biocombustível, ele também é utilizado na fabricação de produtos químicos, por exemplo, solventes e plásticos, cosméticos, medicamentos e alimentos.
Como o etanol de milho é produzido?
Ao entrar na usina, o milho é primeiramente triturado. Em seguida, ele é adicionado a uma água ácida, que depois passa por um cozimento, formando uma espécie de “gelatina” de amido. Na sequência, ocorre a filtragem, que separa a parte líquida dos grãos.
A pasta, por sua vez, passa por um processo de tratamento com enzimas e leveduras, que resultam em um “mosto” que é levado às colunas de destilação, para virar álcool (etanol).
Já os grãos tornam-se uma espécie de farelo de milho com alta concentração de proteína, os Dried Distilled Grains (DDG), que são usados na ração de animais.
Vantagens do etanol de milho
A produção do etanol de milho contribui, principalmente, para a diversificação da matriz energética, ajudando a reduzir a dependência de fontes não renováveis e contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
Além dos benefícios voltados ao meio-ambiente, o etanol de milho traz vantagens econômicas significativas. A alta produtividade do grão impulsiona a economia agrícola, gera empregos e aumenta a renda dos produtores de milho no país.
Embora seja uma novidade na indústria brasileira, o uso do milho para a fabricação do biocombustível é comum nos Estados Unidos desde o século 19. No Brasil, ele ganhou força em 2012, quase 90 anos após o início da produção de etanol de cana, diante da alta disponibilidade do grão. Em 2024 já representa 19% de toda a produção de etanol do país.
Onde é produzido etanol de milho?
Atualmente, a produção do etanol de milho fica concentrada no Estado de São Paulo, já que foi onde se instalaram a maior parte das usinas a partir da década de 70. Com isso, a oferta do biocombustível é maior no Estado, o que ajuda o etanol hidratado (que abastece diretamente os tanques) a competir com a gasolina nos postos paulistas.
Já em Estados mais distantes das usinas paulistas, principalmente no Norte e Nordeste, a oferta de etanol é menor, o que dificulta a competitividade do biocombustível em relação ao derivado fóssil.
Já a produção de etanol de milho começou em Mato Grosso, diante do excedente de produção local do cereal, e começou a se expandir para Goiás e Mato Grosso do Sul na década de 2020. De 2025 em diante, espera-se que indústrias de etanol sejam instaladas em outras regiões, sobretudo no Matopiba (confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Com isso, a expansão dessa indústria começou a aumentar a oferta de etanol nesses Estados, melhorando a competitividade do biocombustível perante a gasolina também nessas regiões.
Fonte: Globo Rural