Money Times
Fato é que a partir da próxima semana o etanol hidratado vai enfrentar a nova dinâmica da política de preços da Petrobras (PETR4) para a gasolina e a consolidação das mudanças tributárias sobre os combustíveis que deixaram a cadeia produtiva testando a manutenção de suas margens enquanto o cenário estava desalinhado.
A transição acabou e, a partir das usinas, o mercado vai ter que se ajustar e trazer o biocombustível para a média da paridade de 70% em relação ao preço do concorrente, ou seja, cessar a valorização e passar à redução, espera o analista e trader Martinho Ono, da SCA Trading.
Com dois cortes da gasolina na refinaria em 10 dias – 4,92% e 3,88% a partir desta sexta (29) – a Petrobras incorpora definitivamente a pressão do governo, como se esperava após a última troca de comando da estatal. E não se tem expectativa de que altas do petróleo possam fazê-la a adotar movimento contrário com os palanques eleitorais em vias de serem inaugurados.
Quanto às questões tributárias, com a gasolina “agindo mais rápido” na redução imposta pela equalização do ICMS entre os estados, Ono viu o setor entre entender como ficaria o perfil geral do consumo e os cortes, enquanto também tentava ver como poderia ficar o segundo semestre ante a volta do regime tributário anterior a partir de janeiro, “se as regras forem mantidas”.
O PIS/Confins incidente na produção e comercialização do etanol passa a ser o mesmo se houver venda direta aos postos ou para os distribuidores.
Logo, com cenário ainda embaralhado, as usinas vieram de alta nos valores de vendas em duas semanas – na anterior, de 0,15% -, e na que termina hoje os reajustes devem ter prosseguido, tanto que as distribuidoras elevaram os preços diariamente no hub de Paulínia (SP).
E com safra andando e estoques bons, acrescenta o presidente da SCA.