Estados arrecadam menos com ICMS dos combustíveis em 2023

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Bomba de combustível
Dados são do Ministério da Fazenda; na imagem, frentista em posto de gasolina

Poder360

A participação da tributação de combustíveis na arrecadação dos Estados caiu em 2023. Foram arrecadados R$ 118,6 bilhões com o ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os itens no ano. O valor representa 13,7% de toda a receita tributária estadual –a menor proporção desde 2020.

O período da pandemia teve a circulação de veículos reduzida por causa do isolamento social. A queda era esperada. Sem considerar os dados de 2020, a arrecadação com os combustíveis em 2023 foi a menor desde 2010, quando a proporção foi de 13,1%. Os números são do Ministério da Fazenda e estão corrigidos pela inflação.

Leia abaixo como se deu a arrecadação com o ICMS dos combustíveis desde 1997:

A redução na participação se explica pelos efeitos das leis que colocaram um teto no ICMS em produtos considerados essenciais, como diesel e gasolina.

Na comparação de 2023 com 2022, houve retração no recolhimento dos tributos em 21 unidades da Federação. As maiores quedas foram nos seguintes Estados:

  • Maranhão – -43,4%;
  • Rondônia – -32,9%;
  • Pernambuco – -25,3%. 

Já as maiores altas se deram em: 

  • Rio Grande do Norte – 18,6%;
  • Mato Grosso do Sul – 10,3%;
  • Paraná – 5,8%.

Em todo o Brasil, os Estados arrecadaram R$ 131,2 bilhões com a tributação dos combustíveis em 2022. O valor caiu para R$ 118,6 bilhões no ano seguinte –uma variação negativa de 9,6%. 

Os dados do Ministério da Fazenda não incluem a contabilização para a Bahia em nenhum dos anos.

Leia como variou a arrecadação do ICMS dos combustíveis em cada Estado:

LEIS CONTROVERSAS

Foram duas leis complementares que padronizaram o ICMS (192 de 2022) e limitaram o imposto em produtos considerados essenciais, como gasolina e diesel (194 de 2022). Ambas foram sancionadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os congressistas que propuseram as leis defendiam que as medidas seriam responsáveis por diminuir a inflação, ou seja, o aumento de preços. Com o indicador controlado, haveria mais capacidade de reduções nas taxas de juros.

Além disso, uma queda no custo de abastecimento de veículos tem o potencial de impulsionar negócios. Ainda dá mais acesso à locomoção por veículos motorizados para a população.

Por outro lado, os Estados criticam a medida. Como perdem arrecadação, tiveram que pedir compensação ao governo federal. O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou o acordo que estipula o repasse de R$ 26,9 bilhões pela União às unidades da Federação até 2026.

Em ano eleitoral, esse também é um pleito dos municípios, que recebem parte do que foi recolhido pelos governos estaduais. Pode haver atrito entre os entes, o que dificulta o jogo político.

Outra questão é a necessidade de aumentar a cobrança do ICMS em outros produtos, disse Antônio Alcoforado, integrante do Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal). “Essa diferença de arrecadação é substancial. São bilhões e bilhões que os Estados perdem”, declarou ao Poder360

CORREÇÃO

25.mai.2024 (11h56) – diferentemente do que o post acima informava, a 2ª maior queda no recolhimento de tributos foi em Rondônia (-32,9%), e não em Roraima. O texto foi corrigido e atualizado.

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