BiodieselBR
A Embrapa Agroenergia, em parceria com a empresa Haka Bioprocessos, sediada em Catanduva (SP), inicia neste mês de outubro pesquisa que poderá resultar em um diesel verde obtido a partir da hidrogenação do bio-óleo de resíduos ósseos de aves.
A Unidade fará a caracterização dos componentes químicos da matéria-prima (bio-óleo), o pré-tratamento, a hidrogenação e a caracterização do produto final. A pesquisadora da Embrapa Itânia Soares, líder da pesquisa, conta que o objetivo do projeto, cuja duração é de dois anos, é chegar a uma composição próxima à do diesel petróleo, a partir da agregação de valor a um tipo de matéria-prima que usualmente não é utilizada na produção de diesel renovável.
“Utilizaremos o processo de hidrogenação para gerar hidrocarbonetos parafínicos com propriedades similares ao diesel de fonte fóssil e que se diferenciam do biodiesel, que é uma mistura de ésteres de ácidos graxos, por apresentarem maior estabilidade e maior poder calorífico”, explica Itânia. Além dela, fazem parte da equipe os pesquisadores Rossano Gambetta, Leonardo Valadares, Dasciana Rodrigues e Diogo Nakai, todos da Embrapa Agroenergia.
O processo de hidrogenação é semelhante ao que a Embrapa Agroenergia já fez com o óleo de palma, conhecido por sua elevada acidez. A caracterização final do produto incluirá a análise da composição química e também das suas características físico-químicas, tais como poder calorífico, densidade e viscosidade. “Achamos o projeto bastante visionário por parte da empresa, que pretende agregar valor a um resíduo que já produz e encontrar uma nova solução verde e sustentável para a matriz energética brasileira”, afirma Itânia.
Diesel Verde
O diesel verde ou diesel renovável, definido como combustível renovável para motores a combustão de ciclo diesel produzido a partir de matérias-primas renováveis, ainda não faz parte da matriz energética brasileira. No dia 17 de setembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) promoveu uma audiência pública com duração de cinco horas sobre a regulamentação de qualidade e a comercialização no País desse biocombustível.
“Com a produção de diesel verde a partir de ossos, estaremos inserindo a cadeia de proteína animal como importante agente na transição energética para uma economia de baixo carbono, oferecendo combustíveis e insumos renováveis para a agricultura e promovendo a economia circular para a descarbonização das suas atividades”, afirma o fundador e CEO da Haka Bioprocessos, Cyro Calixto.
Após a regulamentação para comercialização em território nacional, o diesel verde deverá ser adicionado ao diesel de origem fóssil, que já possui obrigatoriamente 12% de biodiesel em sua composição. O resultado será uma mistura ternária, ou seja, um combustível composto por três diferentes produtos.
“Esse projeto será um legado de longo prazo para o agronegócio brasileiro. Nossa expectativa é também levar essa tecnologia para os principais produtores de proteína animal como Europa e EUA, colocando essa solução na pauta de exportações nacionais, consolidando a vocação brasileira para a inovação tecnológica no campo”, prevê Calixto.
A proposta de regulamentação do diesel verde está alinhada com a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que visa à expansão do uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira com vistas à segurança energética, previsibilidade para a participação competitiva dos diversos biocombustíveis no mercado nacional e mitigação das emissões dos gases geradores do efeito estufa.
Em outros países o diesel verde já é realidade e compõe os aumentos de percentuais de mistura com o biodiesel, justamente em função de ser um combustível de melhor qualidade, menos poluente e mais eficiente para os veículos. Na Europa, o biodiesel é permitido no teor máximo de 7% e nos Estados Unidos, o limite é de 5%.
A regulamentação do diesel verde também poderá viabilizar a produção e comercialização do bioquerosene de aviação, já regulamentado pela ANP, uma vez que a produção de biocombustíveis no contexto de biorrefinaria gera diferentes bioprodutos em um mesmo processo.
Tecnologia que aproveita resíduos ósseos de aves processadas está sendo desenvolvida em parceria com a Haka Bioprocessos
A Embrapa Agroenergia, em parceria com a empresa Haka Bioprocessos, sediada em Catanduva (SP), inicia neste mês de outubro pesquisa que poderá resultar em um diesel verde obtido a partir da hidrogenação do bio-óleo de resíduos ósseos de aves.
A Unidade fará a caracterização dos componentes químicos da matéria-prima (bio-óleo), o pré-tratamento, a hidrogenação e a caracterização do produto final. A pesquisadora da Embrapa Itânia Soares, líder da pesquisa, conta que o objetivo do projeto, cuja duração é de dois anos, é chegar a uma composição próxima à do diesel petróleo, a partir da agregação de valor a um tipo de matéria-prima que usualmente não é utilizada na produção de diesel renovável.
“Utilizaremos o processo de hidrogenação para gerar hidrocarbonetos parafínicos com propriedades similares ao diesel de fonte fóssil e que se diferenciam do biodiesel, que é uma mistura de ésteres de ácidos graxos, por apresentarem maior estabilidade e maior poder calorífico”, explica Itânia. Além dela, fazem parte da equipe os pesquisadores Rossano Gambetta, Leonardo Valadares, Dasciana Rodrigues e Diogo Nakai, todos da Embrapa Agroenergia.
O processo de hidrogenação é semelhante ao que a Embrapa Agroenergia já fez com o óleo de palma, conhecido por sua elevada acidez. A caracterização final do produto incluirá a análise da composição química e também das suas características físico-químicas, tais como poder calorífico, densidade e viscosidade. “Achamos o projeto bastante visionário por parte da empresa, que pretende agregar valor a um resíduo que já produz e encontrar uma nova solução verde e sustentável para a matriz energética brasileira”, afirma Itânia.
Diesel Verde
O diesel verde ou diesel renovável, definido como combustível renovável para motores a combustão de ciclo diesel produzido a partir de matérias-primas renováveis, ainda não faz parte da matriz energética brasileira. No dia 17 de setembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) promoveu uma audiência pública com duração de cinco horas sobre a regulamentação de qualidade e a comercialização no País desse biocombustível.
“Com a produção de diesel verde a partir de ossos, estaremos inserindo a cadeia de proteína animal como importante agente na transição energética para uma economia de baixo carbono, oferecendo combustíveis e insumos renováveis para a agricultura e promovendo a economia circular para a descarbonização das suas atividades”, afirma o fundador e CEO da Haka Bioprocessos, Cyro Calixto.
Após a regulamentação para comercialização em território nacional, o diesel verde deverá ser adicionado ao diesel de origem fóssil, que já possui obrigatoriamente 12% de biodiesel em sua composição. O resultado será uma mistura ternária, ou seja, um combustível composto por três diferentes produtos.
“Esse projeto será um legado de longo prazo para o agronegócio brasileiro. Nossa expectativa é também levar essa tecnologia para os principais produtores de proteína animal como Europa e EUA, colocando essa solução na pauta de exportações nacionais, consolidando a vocação brasileira para a inovação tecnológica no campo”, prevê Calixto.
A proposta de regulamentação do diesel verde está alinhada com a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que visa à expansão do uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira com vistas à segurança energética, previsibilidade para a participação competitiva dos diversos biocombustíveis no mercado nacional e mitigação das emissões dos gases geradores do efeito estufa.
Em outros países o diesel verde já é realidade e compõe os aumentos de percentuais de mistura com o biodiesel, justamente em função de ser um combustível de melhor qualidade, menos poluente e mais eficiente para os veículos. Na Europa, o biodiesel é permitido no teor máximo de 7% e nos Estados Unidos, o limite é de 5%.
A regulamentação do diesel verde também poderá viabilizar a produção e comercialização do bioquerosene de aviação, já regulamentado pela ANP, uma vez que a produção de biocombustíveis no contexto de biorrefinaria gera diferentes bioprodutos em um mesmo processo.