Fonte: Revista Meio Filtrante
O diretor superintendente da Associação dos produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Julio Cesar Minelli, afirmou que não faltará biodiesel no mercado brasileiro, seja qual for a mistura do produto no óleo diesel. “Com previsibilidade de mercado, o setor produtivo vai investir para atender a demanda com segurança, qualidade e garantia de abastecimento”, disse ele ao fazer palestra na Conferência BiodieselBR 2017, em São Paulo.
Segundo Minelli, em 2012, como ao longo de toda a interlocução dos produtores com as autoridades e os demais segmentos da cadeia produtiva, a Aprobio já defendia um mercado de B20 (20% de biodiesel por litro de diesel; hoje são 8%) até 2020. O executivo foi claro ao dizer que, independentemente dos estoques – na base das matérias primas –, há sempre capacidade produtiva para ser acionada e atender o mercado à medida que ele evolui com previsibilidade. “Além de estarmos prontos para o B10, a indústria de biodiesel tem capacidade ociosa para atender outras demandas”, disse o diretor da Aprobio. Para o executivo, os produtores vislumbram outras misturas, como B15, B20 ou mesmo mais. “É uma questão de ver como o setor pode contribuir com o crescimento econômico do país”, salientou.
Ele defendeu, ainda, equilíbrio na remuneração de toda a cadeia produtiva, desde o produtor rural até a revenda ao consumidor final. Segundo Julio, por exemplo, se a demanda de farelo de soja subir, mas o preço do óleo vegetal não o remunerar bem, subirá o preço do farelo, que é justamente o vetor de agregação de valor do processamento de biodiesel no complexo soja, o que assegura a oferta de proteína animal no mercado interno da cadeia alimentar. “Ninguém planta soja para fazer biodiesel, acrescentou, mas para atender a demanda de alimento”.
O biocombustível entra nesse cenário para valorizar o produto in natura, qualificando seu preço internacional e gerando divisas para o país, “além de melhorar a qualidade do ar, economizar recursos na importação de diesel mineral, reduzir os dispêndios dos sistemas de saúde pública e evitar internações hospitalares e mortes, o que não tem preço”, concluiu.