(Reuters) – O consumo de gás natural no Brasil cresceu 0,6% em setembro na comparação com agosto, ao somar 52,19 milhões de metros cúbicos/dia, mas seguiu distante dos níveis do ano passado, caindo quase 30% ante o mesmo mês de 2019.
Dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) nesta terça-feira mostraram maior uso do insumo em base mensal entre indústrias, veículos e comércios, embora esses setores tenham seguido abaixo dos volumes vistos em 2019, antes que a pandemia de coronavírus abalasse o mercado.
Na indústria, que liderou em uso do insumo no mês, houve alta de cerca de 0,5% na demanda ante agosto, embora com recuo de 5% em base anual, segundo os números de Abegás.
As termelétricas, segunda fonte de demanda no período, viram o uso de gás cair 3,3% frente ao mês anterior e cerca de 55% em base anual.
Já as residências, que vinham se mostrando resilientes devido ao aumento no número de pessoas trabalhando de casa em meio à pandemia, também tiveram contração no consumo tanto em bases mensal e anual– de 2,1% e 3,25%, respectivamente, de acordo com a associação.
No segmento comercial, que foi fortemente impactado pelo fechamento de lojas e shoppings em meio a medidas para combate ao vírus, houve novamente um forte salto na demanda em base mensal, de 17,5%, em meio ao relaxamento das restrições.
Na comparação com setembro passado, no entanto, o nível de uso de gás pelo comércio ainda é 21,4% menor.
O presidente da Abegás, Augusto Salomon, destacou em nota o desempenho do comércio, que atribuiu à abertura por mais horas após a flexibilização de restrições, mas disse que o setor “ainda está distante da normalidade”.
Ele também afirmou que o consumo mais tímido da indústria e do segmento automotivo em relação a meses anteriores mostra que a recuperação da atividade nessas áreas “tende a ser mais gradual”.
No setor automotivo, o volume de gás natural veicular (GNV) demandado em setembro ficou 0,8% acima do visto em agosto e 25,7% abaixo do registrado em setembro de 2019.
A Abegás registrou mais de 3,7 milhões de unidades consumidoras de gás natural ativas no mês, o que representa o número de medidores instalados em indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.