Conselho da Petrobras aprova até US$ 65 bilhões em dividendos de 2025 a 2029 

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Sob pressão para continuar a recompensar os acionistas, a companhia também aprovou o pagamento de R$ 20 bilhões de reais em dividendos extraordinários relativos a 2024

Bloomberg Línea 

A Petrobras (PETR3, PETR4) planeja pagar até US$ 65 bilhões em dividendos ordinários e extraordinários até 2029, como parte de seu plano de negócios para os próximos cinco anos, em uma promessa de continuar a retornar dinheiro aos investidores.

Estão previstos até US$ 55 bilhões em dividendos ordinários se cumpridas certas premissas financeiras como geração de caixa acima dos investimentos, entre outras.

A gigante do petróleo controlada pelo governo federal também poderá pagar até US$ 10 bilhões em dividendos extraordinários durante o período, segundo disse em um documento divulgado na noite de quinta-feira (21).

Além disso, a Petrobras aprovou o pagamento de R$ 20 bilhões de reais (US$ 3,4 bilhões) em dividendos extraordinários referente ao exercício de 2024, disse em um comunicado separado.

Os pagamentos aos acionistas são um dos principais atrativos para os investidores da Petrobras e de outras grandes petrolíferas internacionais. Os dividendos da Petrobras também ajudaram a sustentar as finanças do governo, seu maior acionista. A política da empresa é pagar dividendos desde que isso não comprometa a saúde financeira, disse.

Analistas recompensaram a continuação dos pagamentos aos acionistas com recomendações favoráveis: 83% dos analistas têm uma classificação de compra para as ações, de acordo com dados compilados pela Bloomberg News.

A Petrobras, com sede no Rio de Janeiro, confirmou que os investimentos previstos em seu plano estratégico de 2025 a 2029 aumentaram quase 9%, para US$ 111 bilhões, na comparação com 2024-2028. Ainda assim, ela reduziu a estimativa de gastos de capital em 2025 para US$ 18,5 bilhões, ante US$ 21 bilhões.

A maior parte dos gastos – US$ 77,3 bilhões – será destinada a projetos de exploração e produção no Brasil e no exterior. O plano de negócios inclui dez novas unidades de produção offshore e outras cinco embarcações a serem adicionadas após 2029.

A Petrobras também tem mais seis embarcações de produção em estudo, que incluem uma décima segunda plataforma para seu campo gigante de Búzios, na região do pré-sal, em águas profundas do Atlântico.

A Petrobras aumentou o teto de sua dívida de US$ 65 bilhões para US$ 75 bilhões, em um momento em que aumenta os investimentos para expandir a produção de petróleo e gás.

A companhia também diminuiu seu caixa mínimo para US$ 6 bilhões, ante US$ 8 bilhões. Ambas as medidas proporcionam à empresa mais flexibilidade para pagar dividendos enquanto continua a investir.

A Petrobras tornou-se a empresa de petróleo mais endividada no início da década de 2010, quando embarcou em uma expansão massiva de suas instalações de refino e produção offshore. Retomar níveis mais altos de endividamento seria uma preocupação para os investidores.

O diretor financeiro, Fernando Melgarejo, disse em uma entrevista em setembro que um aumento no teto da dívida não significaria necessariamente o aumento dos passivos, mas daria à empresa mais flexibilidade na gestão da dívida.

A Petrobras está sob pressão para continuar a recompensar os acionistas com dividendos e, ao mesmo tempo, gastar o suficiente para ajudar o governo a atingir suas metas de crescimento econômico.

As preocupações dos investidores de que a Petrobras aumentaria os gastos com projetos de energias renováveis menos lucrativos não se concretizaram. O próximo plano quinquenal aumenta ligeiramente os gastos planejados em projetos de transição energética.

O plano destina US$ 11 bilhões para projetos de gás, energia e baixo carbono, e apenas 27% desses gastos são para projetos que já estão sendo implementados, enquanto o restante ainda está em análise e pode não seguir adiante.

A estratégia de energias renováveis se concentra em biocombustíveis, energia eólica em terra e solar, e pede o retorno à produção de etanol. Ela também inclui projetos de biometano, hidrogênio e captura de carbono. Outros US$ 5,3 bilhões serão destinados à redução das emissões de suas operações.

O refino e as linhas de negócios relacionadas, como fertilizantes e logística, serão responsáveis por cerca de US$ 20 bilhões em gastos.

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