O Globo
No debate ambiental, que ganhou força com a Cúpula do Clima convocada pelo presidente americano Joe Biden, o protagonismo do Brasil não se limita ao debate sobre a proteção da Amazônia e às críticas à agenda do governo de Jair Bolsonaro. O Brasil é exemplo para o mundo no uso de fontes renováveis para a produção de energia elétrica. Aqui, em média, mais de 58% de toda eletricidade vêm da força das águas. E outros 11% têm origem fontes como o vento e o sol, especialmente dos parques eólicos. Mas, quando se trata dos motores da indústria, do agronegócio e de nossos veículos, o protagonista é o petróleo, que representa quase a metade toda a energia produzida no país. Porém, apesar do peso do óleo e do gás na matriz energética, o Brasil ainda está em vantagem sobre outras nações, especialmente as ricas, na comparação entre o uso de energia fóssil e das chamadas fontes renováveis. Só que essa diferença tende a diminuir. Nos últimos três anos, sete grandes petroleiras privadas, com atuação internacional, ampliaram, ano após ano, seus investimentos na economia verde. Por isso, a indústria de petróleo nacional também precisa fazer o seu dever de casa. E esse processo é mais lento por aqui, principalmente porque a Petrobras se viu obrigada a abrir mão de ativos para reequilibrar suas contas, após o escândalo de corrupção revelado pela operação Lava-Jato. No Ao Ponto desta sexta-feira, a pesquisadora Fernanda Delgado, coordenadora da FGV Energia, e o repórter de Economia Bruno Rosa explicam de que a forma as empresas do setor no país se adaptam à economia verde.