Valor Econômico
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgado pela Fundação Getulio Vargas, subiu 2,94% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, na maior taxa para o mês desde 1995. A subida do indicador em março foi puxada por combustíveis, elevação que pode ser temporária, mas a composição da inflação fez o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) revisar a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, de 4,3% para 5,1% ao fim de 2021, bem acima dos 3,75% do centro da meta.
André Braz, economista e coordenador dos índices de preços do Ibre, diz que pela projeção atual o IPCA deve chegar a 7% até fim do primeiro semestre, no acumulado em 12 meses. A partir de julho deve começar uma desaceleração que se acentua em outubro, considerando o efeito base. A inflação, explica, vai chegar na prateleira mais forte do que se esperava em razão de aumentos mais permanentes. O aumento de preço da gasolina, aponta, é um choque que tende a ser temporário.
Já a elevação de outros itens dos preços ao consumidor tem efeito mais permanente, como o aumento de energia elétrica, tarifa de ônibus, planos de saúde e medicamentos, cita ele. “Esses são ajustes permanentes que vão vigorar pelos próximos 12 meses e entram em definitivo na conta de inflação do ano. Os preços monitorados estão subindo mais neste ano e explicam mais a inflação de 2021, impedindo que tenhamos taxas mais baixas.”