Folha de S.Paulo
O ano de 2024 terminou com 2,63 milhões de veículos leves e pesados emplacados. O resultado, que é o melhor desde 2014, representa uma alta de 14,1% na comparação com 2023. Os dados têm por base o Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores).
Foram vendidos, na média, 10.456 unidades por dia ao longo do último ano. O número inclui carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões.
Em relação aos emplacamentos por modelo, a picape Fiat Strada abriu vantagem sobre o hatch Volkswagen Polo nos últimos dias de 2024 e, novamente, atingiu a primeira colocação no ranking de vendas.
As novas marcas chinesas têm forte participação no resultado do ano passado: BYD e GWM foram responsáveis por cerca de 100 mil licenciamentos de automóveis zero-quilômetro.
Há ainda uma grande fatia do mercado que coube às locadoras. Pelo cálculo da Anfavea, essas empresas adquiriram 650 mil veículos em 2024, sendo que grande parte foi ofertada nos planos de carros por assinatura.
Para 2025, a Anfavea (associação nacional das montadoras) projeta que 2,802 milhões de unidades serão comercializadas. A entidade esperava anunciar a previsão de 3 milhões de licenciamentos, mas revisou os números após a alta de 1 ponto percentual que elevou a taxa Selic 12,25% ao ano. Contudo, ainda há esperança de um resultado acima das expectativas.
O efeito da taxa básica de juros sobre o crédito, a disparada do dólar e o endividamento das famílias trazem dúvidas sobre os resultados futuros do setor automotivo. Por outro lado, os indicadores de emprego e a renovação de modelos fazem as entidades que representam a indústria e o comércio de veículos acreditarem no crescimento da comercialização.
A última vez que o mercado nacional registrou vendas superiores a 3 milhões de unidades foi em 2014. Naquele ano, foram emplacados 3,5 milhões de veículos leves e pesados.
Em 2015, em meio à crise econômica no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), os licenciamentos de veículos novos despencaram para 2,58 milhões de unidades. Houve nova queda em 2016, que terminou com 2,05 milhões de emplacamentos. A retomada teve início em 2017, mas foi prejudicada pela pandemia de Covid-19.