O Brasil tem potencial de se transformar no maior produtor global de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), segundo um estudo que a Airbus prevê concluir em outubro. O Massachusetts Institute of Technology (MIT) trabalha com a fabricante de aeronaves europeia na elaboração do relatório.
Atualmente, o consumo de combustíveis de aviação no mundo é de cerca de 400 bilhões de litros. O Brasil consome entre 7 bilhões e 8 bilhões de litros, e os Estados Unidos, 120 bilhões.
“Os americanos deverão produzir de 40 bilhões a 50 bilhões de litros, então eles vão ter que importar de qualquer maneira. Já o Brasil, com os avanços da agricultura e o uso de terras degradadas, poderá produzir entre 40 bilhões e 50 bilhões de litros, mas consumindo 7 bilhões”, afirmou Gilberto Peralta, o presidente da Airbus no Brasil, durante o “2024 Agriculture Investment Conference”, evento que o UBS realizou nesta segunda-feira (23/9) em São Paulo. “Nós podemos nos tornar a Arábia Saudita do SAF”.
O número de novos projetos de combustível sustentável de aviação tem se multiplicado no mundo, mas a produção ainda é marginal. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), a fabricação de SAF deverá triplicar em 2024, chegando a 1,8 bilhão de litros — o volume corresponde a apenas 0,5% da demanda.
As empresas que têm investido em pesquisa e fábricas se dizem otimistas com as perspectivas para essa nova indústria. “Vai ter SAF no mercado. O setor produtivo está preparado”, diz Erasmo Carlos Battistella, fundador e principal executivo da Be8.