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Folha de São Paulo

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o vice-presidente Geraldo Alckmin durante visita a fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, durante cerimônia de anúncio do novo ciclo de investimentos da empresa no Brasil.

Montadora alemã anunciou investimentos totais de R$ 16 bilhões no Brasil com foco na eficiência energética.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (2) que não existe no mundo país que possa competir com o Brasil na transição energética. A declaração foi dada durante evento de anúncio de investimentos da Volkswagen, que ocorreu na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).

“A gente não é mais campeão do mundo no futebol, mas a gente vai ser campeão do mundo na construção da energia verde e da proteção do planeta Terra, cuidando da nossa Amazônia com muito respeito”, afirmou.

Aplaudido por trabalhadores da fábrica e sindicalistas, Lula disse que mantém compromisso com a classe trabalhadora e afirmou que com os novos investimentos em energia limpa o Brasil se tornará um país de primeiro mundo.

“Nós vamos aproveitar cada oportunidade para que a gente seja finalmente um país desenvolvido”, afirmou. A cidade no ABC paulista é o berço sindical e político do presidente.

Lula ainda reafirmou promessas de campanha. Disse que encontrou o Brasil como uma “terra arrasada” após as últimas gestões, e afirmou que seu primeiro ano do terceiro mandato foi tempo de arar a terra e plantar, mas que até o fim de seu governo vai cumprir todas as promessas.

“Este país mudou, este país vai mudar definitivamente. A gente vai voltar a ganhar um pouco mais, o salário mínimo vai aumentar e eu tenho um compromisso com vocês que até deixar a presidência quem ganha até R$ 5 mil não vai pagar imposto de renda neste país”, disse.

Ao se dirigir à diretoria da Volkswagen, o presidente disse que nunca viu tanto apetite de outros países para investir no Brasil.

“Neste ano, eu estive na Alemanha (…) e eu queria dizer para vocês. Eu conheço a Alemanha desde 1975, e eu nunca vi a Alemanha com tanto interesse no Brasil como agora”, afirmou. “Venham ajudar a gente a produzir hidrogênio verde, etanol, biodiesel”, disse o presidente.

Lula afirmou o Brasil receberá um investimento de montadoras de R$ 41,4 bilhões até 2032. Na conta entra o anúncio de aumento de aporte que a Volkswagen anunciou nesta sexta-feira (2), com foco em eficiência energética.

Conforme mostrou nesta quinta-feira (1º), serão adicionados R$ 9 bilhões ao programa de investimentos da empresa em curso no país, que teve início há dois anos. No total, serão R$ 16 bilhões entre 2022 e 2028.

Segundo Ciro Possobom, presidente da Volkswagen no Brasil, este é o maior investimento anunciado no setor automotivo do Brasil desde o início da pandemia.

O ano final do projeto de investimento da empresa coincide com o tempo-limite do programa Mover do governo federal, que beneficia com impostos menores montadoras que poluem menos, por meio da criação do chamado IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) verde.

Esse ponto tem gerado discussões entre as montadoras. O plano do governo beneficia modelos híbridos que rodem com o combustível renovável, mas deverá haver sobretaxa para as opções que combinem apenas gasolina e eletricidade.

Dessa forma, híbridos importados como os chineses BYD Song Plus e GWM Haval H6 seriam mais tributados além de já terem de pagar Imposto de Importação para os veículos trazidos além das cotas que estão sendo estabelecidas.

A Volkswagen terá produção nacional de híbridos, sempre considerando o etanol no desenvolvimento.

A montadora também trabalha para reduzir emissões tanto de seus carros como de suas fábricas. Uma das ações é a utilização de biometano nas instalações.

A divisão brasileira será a primeira a utilizar esse gás natural renovável nas plantas da montadora da Anchieta (ABC paulista) e de Taubaté, ambas a partir deste ano.

Serão mais de 50 mil m³ diários de biogás, fornecidos pela Raízen. A principal aplicação será nas áreas de pintura das carrocerias. A companhia estima que essa iniciativa reduzira em mais de 90% as emissões de CO2 comparando com o gás natural de origem fóssil (Folha, 3/2/24)

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