Biocombustíveis: Como a macaúba pode mudar a indústria dos combustíveis no Brasil; entenda

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DIVULGAÇÃO – EMBRAPA

Em tempos nebulosos em que as mudanças climáticas vem trazendo diversas consequências graves para o planeta, buscar formas de solução para reparar os danos ao planeta é de fundamental importância. 

As mudanças climáticas referem-se a alterações significativas e de longo prazo nos padrões climáticos da Terra, muitas vezes causadas por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, desmatamento e práticas agrícolas. Essas mudanças afetam sistemas naturais e humanos, com implicações para o meio ambiente, a economia e a sociedade.

Se as emissões continuarem no ritmo atual, a temperatura média global pode aumentar entre 2°C e 4°C até 2100, com consequências irreversíveis. Por outro lado, ações imediatas podem limitar os impactos e proteger o planeta para futuras gerações.

O desenvolvimento sustentável é uma das formas que os governos de grandes países buscam como forma de continuar melhorando a economia mundial, mas também, trazendo a proteção ambiental e o bem-estar social. Essa política visa garantir que as necessidades da geração atual sejam atendidas, mas sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades. 

A Macaúba

Um fruto que vem sendo estudado como forma de sanar e reduzir as emissões de gases nocivos ao meio ambiente é a macaúba. Esta planta de nome científico, Acrocomia aculeata, é uma palmeira que alcança até 25 metros de altura e possui espinhos longos e pontiagudos. Ela pode ser encontrada em quase todo o Brasil e por isso é também conhecida por outros nomes, como bocaiúva, macaíba, coco-baboso e coco-de-espinho.

Macaúba (Foto: DoDesign-s)

Com folhas de até 5 metros de comprimento, apresenta flores e frutos em cachos que podem chegar a 60 quilos. As flores atraem abelhas e os frutos, marron-amarelados, produzem óleo. A macaúba dá frutos quando alcança entre três e cinco anos de idade. Os frutos são importantes para a fauna nativa, pois alimentam araras, cotias, capivaras, antas e emas.

Macaúba (Foto: DoDesign-s)

A macaúba pode ser aproveitada em sua totalidade, pois pode ser usada do fruto até a madeira. A polpa e a farinha retirada de seus frutos são ricas em vitamina A e betacaroteno, um antioxidante que tem vários benefícios para o organismo, e podem ser usadas para fazer suco, sorvete, bolos, pães e doces. Suas folhas servem para a confecção de redes e linhas de pescaria, já a madeira pode ser aproveitada em casas e outras construções.

Combustível Verde

Os biocombustíveis da planta brasileira têm potencial para reduzir em até 80% as emissões de CO2 comparados aos combustíveis fósseis. A macaúba é muito produtiva, rendendo cerca de 2.500 litros de óleo vegetal por hectare, enquanto a soja produz cerca de 500 litros. A cadeia da macaúba é baseada no princípio do resíduo zero, ou seja, tudo é aproveitado. A polpa da macaúba é usada para produzir óleo para biodiesel e bioquerosene, e a amêndoa é rica em aminoácidos.

A macaúba pode ser uma aliada na transição energética, atendendo à crescente demanda por biocombustíveis. O Brasil pode se tornar um importante fornecedor de produtos de valor agregado para o mercado internacional. 

Acelen Renováveis faz plantio experimental da macaúba para produção de SAF (Foto: Divulgação Acelen Renováveis)

As empresas Acelen Renováveis, Embrapii e a Embrapa, deu início ao projeto de desenvolvimento tecnológico das espécies de palmeira macaúba para produção de combustível renovável de aviação (SAF, na sigla em inglês), diesel verde (HVO, em inglês), energia térmica e outros coprodutos de alto valor agregado.

A parceria de inovação aberta visa contribuir para a domesticação da macaúba e a decorrente implantação de lavouras comerciais e o melhor aproveitamento dos frutos (casca, polpa, endocarpo e amêndoa) via processos mais eficazes para extração de óleos de alta qualidade e geração de bioprodutos.

O projeto, que terá a duração de cinco anos, está amparado em dois acordos de cooperação técnica firmados entre a Acelen Renováveis e a Embrapa Agroenergia, cujos investimentos somam R$ 13,7 milhões, com o apoio financeiro da Embrapii e do BNDES, e envolvem o aporte científico de outros quatro centros de pesquisa, as Embrapas Algodão, Florestas, Meio Norte e Recursos Genéticos e Biotecnologia.

O vice-presidente de comunicação, relações institucionais e ESG da Acelen, Marcelo Lyra, esteve no Conexão Sociedade apresentado por Silvana Oliveira e falou sobre a atuação da empresa no estudo e produção de biocombustíveis no Brasil.

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