Avanço dos carros elétricos no país esbarra em falta de infraestrutura

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Fonte: Folha de S.Paulo

Apesar da infraestrutura incipiente, as montadoras começam a definir a chegada de seus carros movidos a energia limpa no mercado nacional.

A Volkswagen confirmou a estreia do híbrido Golf GTE e de sua versão 100% elétrica, o e-Golf, em 2018, ambos importados da Alemanha. A montadora está em fase de conclusão do processo de homologação desses carros.

Ambos devem ser apresentados ao público em outubro, no Salão do Automóvel de São Paulo. A estratégia de veículos eletrificados da Volkswagen será complementada pelo caminhão e-Delivery, que será produzido em Resende (RJ) a partir de 2020.

Embora a infraestrutura do país para atender à demanda de alguns desses veículos seja escassa –são poucos os pontos de recarga pelas cidades, por exemplo–, os fabricantes seguem com o cronograma de lançamentos.

Nesta semana, a Porsche iniciou as vendas da nova geração do Panamera híbrido, sedã de luxo equipado com motor a combustão e um elétrico que pode ser carregado em tomadas comuns de 220 volts. Ele tem autonomia de 50 km e capacidade de movimentar o carro de R$ 529 mil a até 140 km/h.

“A eletrificação dos veículos é um caminho sem volta. No Brasil, questões estruturais precisam ser mais bem discutidas e o processo caminha de forma mais lenta se comparado a países da Europa. Mas não tenho dúvidas de que esse nicho vai se desenvolver rápido na próxima década”, afirma Werner Schaal, diretor de vendas da Volks.

No país, são comercializados outros modelos do tipo plug-in (recarregados em tomada), como o Volvo XC90, o Porsche Cayenne e o BMW i3. Há ainda os híbridos de regeneração própria, como Toyota Prius, Ford Fusion Hybrid, BMW i8 e Mitsubishi Outlander PHEV. Todos eles, porém, têm preço acima dos R$ 100 mil. O elétrico Tesla Model X, comercializado por importação independente, beira a marca de R$ 1 milhão.

“A redução dos preços para beneficiar a compra desse tipo de veículo precisa ser expressiva, e o governo brasileiro precisa entender que a mobilidade elétrica vai chegar”, diz Ricardo Guggisberg, presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).

Segundo ele, o novo regime automotivo em discussão, Rota 2030, deve abranger com mais propriedade o tema dos elétricos e híbridos. E a regulamentação do segmento de veículos híbridos e elétricos contribuirá para o desenvolvimento de infraestrutura.

“Muitas empresas estão atentas a isso e querendo participar. Só falta o governo esclarecer o caminho a ser seguido, e isso inclui a garantia de custos acessíveis.”

PARCERIA

Algumas marcas e empresas já realizam algumas ações de incentivo aos híbridos e elétricos. Em São Paulo e no Rio, modelos da primeira geração do Nissan Leaf (que também será vendido no país) são utilizados para o serviço de táxi desde 2012. A empresa fez parcerias com a Eletropaulo (SP) e a Petrobras (RJ) para que as empresas fornecessem recarregadores.

Em parceria com a empresa de energia EDP, a BMW instalará seis pontos de recarga em postos da Via Dutra.

Para a Chevrolet, a infraestrutura é o elemento mais simples da equação.

“É algo que vai acontecer na medida em que os carros elétricos forem sendo introduzidos no mercado. Estamos com um canal aberto de conversações com os governos e entidades representativas do setor no sentido de discutir todos os elementos que envolvem a questão da eletrificação”, diz Carlos Zarlenga, presidente da General Motors Mercosul.

No ano que vem, a Chevrolet deve lançar no país o Bolt EV. Elétrico “popular” nos EUA –sua tabela é de US$ 29.995, ou R$ 100 mil–, o hatch tem alcance de até 383 km com um uma carga.

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