Associação de Hidrogênio e Combustíveis Sustentáveis é criada para otimizar condições de mercado

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Valor Econômico

Diante do potencial brasileiro de ser um grande produtor e exportador de hidrogênio e combustíveis sustentáveis, foi lançada nesta segunda (31) a Associação Brasileira de Hidrogênio e Combustíveis Sustentáveis (Abhic). Com o objetivo de implementar e otimizar as condições de mercado, tecnológicas e regulatórios desse segmento, a nova entidade já se articula com autoridades do governo e busca associados.
Ao Valor, o fundador e presidente da Abhic, Sérgio Augusto Costa, conta que há cerca de 90 interessados, mas por enquanto nenhum associado foi formalizado. O executivo contextualiza que em função da alta demanda por hidrogênio verde (aquele produzido a partir de energias renováveis) na Europa, em especial na Alemanha, o Brasil tem um potencial enorme para se tornar o melhor lugar para produzir esse insumo.
“Não podemos focar somente no hidrogênio verde, temos que atuar também com as empresas que utilizam os demais combustíveis, inclusive os de origem fóssil e estão comprometidos em se adequar para a utilização de combustíveis sustentáveis. Isso é parte essencial da transição energética”, diz.
O escopo de atuação da entidade será na representação de interesses setoriais junto ao poder público, incluindo órgãos do poder executivo e legislativo e agências reguladoras, empresas nacionais e internacionais e a academia.
Costa conta que terá um encontro com o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Rodrigo Rollemberg. Nas próximas semanas, a agenda deve ser na agência reguladora Aneel e no Ministério de Minas e Energia (MME).
A Abhic deve brigar por espaço com outras duas associações que também atuam no setor de hidrogênio, além das entidades de energias renováveis, como eólica e solar, que também levantam a pauta do combustível da transição energética.
Costa reforça que irá contribuir com a regulamentação e a estruturação do mercado nacional para tornar o Brasil um dos líderes no fornecimento da commodity. A associação é parceira da Associação Alemã de Hidrogênio e Células de Combustível (DWV), a qual tem atuado por uma indústria sustentável de hidrogênio na Alemanha.
Ele reforça a necessidade de apoio em forma de subsídios ao setor, já que a cadeia do hidrogênio é uma indústria nascente e tem custos muito altos de produção.
Dados da consultoria alemã Roland Berger apontam que o Brasil pode se tornar o maior produtor de hidrogênio verde do mundo e alcançar uma receita anual de R$ 150 bilhões a partir de 2050, dos quais R$ 100 bilhões serão provenientes das exportações.

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